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TRABALHO
Número de postos criados cresceu 0,1% em novembro; 2003 foi o pior ano da história do emprego, diz economista
Emprego industrial fica estável, diz IBGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O número de postos de trabalho
gerados pela indústria brasileira
cresceu apenas 0,1% em novembro do ano passado na comparação com outubro, já excluídos os
efeitos sazonais (típicos de cada
período). Em outubro, a ocupação havia caído 0,6%.
Sob efeito do recuo da inflação
nos últimos meses de 2003, o rendimento do trabalhador (medido
pelo total da folha real de pagamento) teve o primeiro sinal de
reação. Cresceu pouco: só 0,1%.
Mas foi a primeira taxa positiva
desde julho de 2003, segundo o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na comparação com novembro de 2002, o
emprego teve queda de 1,4%. A
folha de pagamento, 0,8%. Outro
indicador que aponta para uma
futura recuperação do mercado
de trabalho é o número de horas
pagas pela indústria. Houve uma
alta de 0,2% em novembro em
comparação com o mês anterior.
O resultado revela que as indústrias estão produzindo mais e, para isso, são obrigadas a ampliar o
tempo de trabalho dos empregados. Se a melhora continuar, o setor terá de abrir novas vagas.
"Primeiro, o empregador recorre à mão-de-obra que esta lá, preferindo pagar horas extras. Mas
chega uma hora em que ele vai ter
de contratar", afirmou Lauro Ramos, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Ramos
avalia que 2003 foi "o pior ano da
história" do emprego.
Para o economista André Macedo, do IBGE, os resultados de novembro indicam que melhorou a
situação do emprego na indústria,
em relação aos meses anteriores,
marcados por demissões e queda
intensa na renda. Ele destacou o
fato de os três principais indicadores da pesquisa -emprego, folha de pagamento e horas pagas- terem crescido. Disse, porém, que é cedo para falar numa
recuperação firme do mercado de
trabalho industrial. No acumulado de 2003, o emprego na indústria acumula queda de 0,6%. Ao
analisar o rendimento, Macedo
disse que a pequena alta foi ocasionada pela queda da inflação no
fim de 2003, o que recompôs o poder de compra dos trabalhadores.
Segundo boletim do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o emprego
ainda vai demorar a crescer:
"Quando a evolução da atividade
econômica é lenta, o efeito sobre o
emprego é mais atrasado". O Iedi
ressalta que a situação é ainda
mais grave porque a recuperação
industrial ainda não envolveu as
categorias que mais empregam:
bens semiduráveis e não-duráveis
(alimentos, têxtil, vestuário e calçados, entre outros).
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