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HABITAÇÃO
Entidade vê limite em crédito com recurso da poupança
GIULIANA VALLONE
DA FOLHA ONLINE
Fortalecidos pelo aumento na renda da população, os
financiamentos imobiliários
com recursos da poupança
devem bater recorde neste
ano, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e
Poupança). Se o desempenho continuar forte, porém,
o crédito para a casa própria
pode esvaziar os recursos da
poupança em um prazo de
cinco anos.
A entidade espera que o
volume financiado atinja R$
50 bilhões em 2010, sendo
R$ 30 bilhões em financiamentos a aquisições e R$ 20
bilhões destinados à construção de novos empreendimentos. O número representa um aumento de 47% ante
2009 (R$ 34 bilhões), que já
foi recorde.
Em números absolutos, as
contratações feitas pelos
agentes do SBPE (Sistema
Brasileiro de Poupança e
Empréstimo) em 2009 corresponderam a 302.680 unidades -um aumento de 2,1%
ante 2008 (quando o número
chegou a 296.454 unidades).
O estoque de crédito habitacional medido pelo Banco
Central cresceu 142% nos últimos três anos, para R$
86,39 bilhões. "Daqui para a
frente, essa curva vai continuar acentuada", afirmou
Luiz Antonio França, presidente da Abecip, que atribuiu o novo recorde ao aumento de renda da população. "Os clientes das imobiliárias vão ganhando renda e
decidem ir para um apartamento maior. Além disso,
quem não tinha condições de
comprar passou a ter", disse.
França ressaltou, porém,
que, com o crescimento
acentuado do crédito imobiliário esperado para os próximos anos, o mercado terá de
buscar novas formas de financiamento. "Os recursos
do SBPE [Sistema Brasileiro
de Poupança e Empréstimo]
devem durar mais quatro ou
cinco anos."
Os financiamentos concedidos com recursos da poupança já vêm superando a
captação líquida das carteiras no ano. Em 2009, a captação foi de R$ 23,8 bilhões -e
o volume financiado, de R$
34 bilhões. A poupança ainda
tem um saldo de R$ 250 bilhões, que financia os empréstimos.
A previsão de crescimento
da captação da poupança ao
longo deste ano é de 10%, ante os quase 50% previstos para o aumento nos financiamentos.
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