São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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HABITAÇÃO

Entidade vê limite em crédito com recurso da poupança

GIULIANA VALLONE
DA FOLHA ONLINE

Fortalecidos pelo aumento na renda da população, os financiamentos imobiliários com recursos da poupança devem bater recorde neste ano, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Se o desempenho continuar forte, porém, o crédito para a casa própria pode esvaziar os recursos da poupança em um prazo de cinco anos.
A entidade espera que o volume financiado atinja R$ 50 bilhões em 2010, sendo R$ 30 bilhões em financiamentos a aquisições e R$ 20 bilhões destinados à construção de novos empreendimentos. O número representa um aumento de 47% ante 2009 (R$ 34 bilhões), que já foi recorde.
Em números absolutos, as contratações feitas pelos agentes do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) em 2009 corresponderam a 302.680 unidades -um aumento de 2,1% ante 2008 (quando o número chegou a 296.454 unidades).
O estoque de crédito habitacional medido pelo Banco Central cresceu 142% nos últimos três anos, para R$ 86,39 bilhões. "Daqui para a frente, essa curva vai continuar acentuada", afirmou Luiz Antonio França, presidente da Abecip, que atribuiu o novo recorde ao aumento de renda da população. "Os clientes das imobiliárias vão ganhando renda e decidem ir para um apartamento maior. Além disso, quem não tinha condições de comprar passou a ter", disse.
França ressaltou, porém, que, com o crescimento acentuado do crédito imobiliário esperado para os próximos anos, o mercado terá de buscar novas formas de financiamento. "Os recursos do SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo] devem durar mais quatro ou cinco anos."
Os financiamentos concedidos com recursos da poupança já vêm superando a captação líquida das carteiras no ano. Em 2009, a captação foi de R$ 23,8 bilhões -e o volume financiado, de R$ 34 bilhões. A poupança ainda tem um saldo de R$ 250 bilhões, que financia os empréstimos.
A previsão de crescimento da captação da poupança ao longo deste ano é de 10%, ante os quase 50% previstos para o aumento nos financiamentos.


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