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Diretor da Petrobras paga R$ 400 mil à CVM
Acordo foi para encerrar processo em que era acusado de não dar a publicidade adequada a informações sobre a empresa
Foi o 2º acordo do diretor financeiro da estatal com o órgão que regula o mercado; mais 2 executivos pagaram R$ 100 mil e R$ 50 mil
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
Pela segunda vez em menos
de dois anos, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, fez acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
para encerrar processos em
que era acusado de não ter dado
a devida publicidade a informações relativas aos rumos da empresa. No total, já foram pagos
R$ 500 mil pelo executivo.
O mais recente acordo foi
aprovado em 15 de dezembro
pela CVM. Na ocasião, foi assinado termo de compromisso
relacionado à divulgação de informações sobre investimentos
em refinarias no Ceará e no
Maranhão, à possibilidade de a
estatal realizar um aumento de
capital (processo pelo qual a
empresa emite novas ações e as
oferece inicialmente aos sócios,
para levantar dinheiro) e ao
crescimento da exportação de
petróleo e do aumento dos investimentos.
As divulgações ocorreram
em 2008. A informação sobre
crescimento de exportação e
investimentos foi apresentada
em um evento para investidores. As demais foram alvo de reportagens. Para a CVM, Barbassa deveria ter providenciado a publicação de fatos relevantes sobre os assuntos.
A CVM também entendeu
que o diretor de abastecimento
da Petrobras, Paulo Roberto
Costa, e a gerente Sandra Lima
de Oliveira não guardaram sigilo sobre os investimentos nas
novas refinarias.
Inicialmente, para encerrar
os processos, os três propuseram realizar um evento para
instruir os executivos da Petrobras a evitar o vazamento de informações, além de pagar R$
200 mil. A CVM, no entanto,
rejeitou a proposta. Barbassa
propôs, então, pagar R$ 400
mil, Costa, outros R$ 100 mil e,
por fim, Oliveira sugeriu pagar
R$ 50 mil, o que foi aceito.
Em 2008, Barbassa havia pago R$ 100 mil para encerrar o
processo na CVM em que era
acusado de não ter informado
ao mercado que estava em negociação a criação da Central
Petroquímica do Sudeste, reunindo ativos da Petrobras e da
Unipar -o que acabou acontecendo, formando a Quattor.
Na época, Petrobras e Unipar
justificaram que, como não se
havia chegado a acordo, não havia o que divulgar. O caso levou
o então diretor de relações com
investidores da Unipar e hoje
presidente da Quattor, Vitor
Mallmann, além de seu antecessor, Roberto Garcia, a também propor acordo. Cada um
pagou R$ 80 mil.
A CVM determina que o pagamento não seja feito diretamente pela empresa. A Petrobras informou que um seguro
que oferece aos executivos para
situações desse tipo será acionado para pagar os valores. E
diz que o termo de compromisso "não representa reconhecimento de ilicitude da conduta
analisada" pela CVM.
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