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NÓ CAMBIAL
Rombo é o maior desde 82, quando o país enfrentou crise da dívida
Déficit de contas externas foi de 4,48% do PIB em 98
ALEX RIBEIRO
da Sucursal de Brasília
O déficit externo do país voltou a crescer em
dezembro e fechou o ano de
1998 em 4,48%
do PIB (Produto
Interno Bruto),
o maior percentual desde 1982.
O número supera a estimativa do
acordo com o FMI, que projetava
déficit de 4,2% do PIB.
O desempenho desfavorável das
contas externas é explicado pela
expansão dos gastos com a remuneração do capital aplicado no país
por investidores estrangeiros.
Em 1998, os estrangeiros receberam remuneração de US$ 21,279
bilhões sobre o capital investido
no país, contra US$ 17,829 bilhões
no ano anterior.
Os pagamentos aos investidores
ocorreram sob a forma de juros
(US$ 12,095 bilhões), lucros e dividendos (US$ 6,881 bilhões) e outras remunerações ao capital, como direitos autorais e serviços técnicos (US$ 2,302 bilhões).
A renda disponível para os brasileiros caiu de US$ 785,945 bilhões
para US$ 758,743 bilhões, de 1997
para 1998. Essa redução se explica
por uma queda de US$ 23,752 bilhões no PIB em dólares e aumento
de US$ 3,450 bilhões nos pagamentos ao capital externo.
Quando excluída a remuneração
ao capital estrangeiro, os demais
gastos das contas externas registraram queda no ano passado.
O país atraiu US$ 26,454 bilhões
em capitais estrangeiros em 1998,
cobrindo a maior parte do déficit.
A diferença de US$ 8,492 bilhões
foi bancada com dinheiro das reservas em moeda estrangeira.
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