São Paulo, sexta, 22 de janeiro de 1999

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NÓ CAMBIAL
Rombo é o maior desde 82, quando o país enfrentou crise da dívida
Déficit de contas externas foi de 4,48% do PIB em 98

ALEX RIBEIRO
da Sucursal de Brasília

O déficit externo do país voltou a crescer em dezembro e fechou o ano de 1998 em 4,48% do PIB (Produto Interno Bruto), o maior percentual desde 1982.
O número supera a estimativa do acordo com o FMI, que projetava déficit de 4,2% do PIB.
O desempenho desfavorável das contas externas é explicado pela expansão dos gastos com a remuneração do capital aplicado no país por investidores estrangeiros.
Em 1998, os estrangeiros receberam remuneração de US$ 21,279 bilhões sobre o capital investido no país, contra US$ 17,829 bilhões no ano anterior.
Os pagamentos aos investidores ocorreram sob a forma de juros (US$ 12,095 bilhões), lucros e dividendos (US$ 6,881 bilhões) e outras remunerações ao capital, como direitos autorais e serviços técnicos (US$ 2,302 bilhões).
A renda disponível para os brasileiros caiu de US$ 785,945 bilhões para US$ 758,743 bilhões, de 1997 para 1998. Essa redução se explica por uma queda de US$ 23,752 bilhões no PIB em dólares e aumento de US$ 3,450 bilhões nos pagamentos ao capital externo.
Quando excluída a remuneração ao capital estrangeiro, os demais gastos das contas externas registraram queda no ano passado.
O país atraiu US$ 26,454 bilhões em capitais estrangeiros em 1998, cobrindo a maior parte do déficit. A diferença de US$ 8,492 bilhões foi bancada com dinheiro das reservas em moeda estrangeira.



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