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FINANCIAMENTO
Financeiras, lojas e administradoras de cartões aumentam cerca de 1,5 ponto percentual as suas taxas
Comprar a prazo fica ainda mais caro
FÁTIMA FERNANDES
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
O consumidor
já paga mais caro se optar por
qualquer forma
de financiamento, como crediário de lojas, empréstimos em
dinheiro, cheque especial e cartão
de crédito.
Algumas redes, financeiras e administradoras de cartões subiram
cerca de 1 a 1,5 ponto percentual as
taxas nesta semana e não descartam a possibilidade de novas altas.
Outras estão calculando os juros
que serão cobrados no início da semana que vem.
As redes Eletro e Extra, do grupo
Pão de Açúcar, subiram ontem um
ponto percentual as suas taxas. A
menor, de 6,3% ao mês, foi para
7,3% ao mês, e vale para o financiamento de um a quatro meses.
A maior, de 8,9% ao mês, subiu
para 9,9% ao mês, cobrada no crediário de 13 meses a 24 meses.
Anualizada, essa taxa de 9,9% significa juros de 210% ao ano.
O grupo informa que subiu os juros para o consumidor porque está
pagando mais caro pela captação
de dinheiro. O crediário responde
por 5,5% das vendas líquidas do
grupo, de R$ 4,4 bilhões em 98.
O Banco Panamericano, que administra o crediário em lojas e faz
empréstimo pessoal, está cobrando juros mais altos dos consumidores desde o último sábado.
No parcelamento com cheque
pré-datado, a taxa subiu de 11,6%
ao mês para 13,4% ao mês. No crediário, a taxa subiu de 13,4% para
14,9% ao mês. Anualizada, essa taxa significa juros de 430%.
A financeira Losango, que administra o crediário em 25 mil lojas
espalhadas pelo país, deve definir
ainda hoje as novas taxas de juros
cobradas dos consumidores.
Clóvis Scandiuzzi, diretor-adjunto, diz que o aumento deve ser
da ordem de 1 a 1,5 ponto percentual. Assim, as taxas que hoje variam de 6,5% a 8,5% ao mês, sem a
incidência do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras), devem
subir para 8% a 10% ao mês.
Para Scandiuzzi, com o aumento
das taxas, é esperada uma queda
de 20% a 30% na procura por financiamentos, mas, passadas duas
semanas, diz, o consumidor deve
voltar a procurar o crediário.
O Bradesco aumentou a taxa cobrada no financiamento de veículos. Ela variava de 2,8% a 4% ao
mês. Agora está entre 3,7% a 4% ao
mês. O prazo vai de 1 a 24 meses.
Algumas administradoras de
cartões de crédito também já estão
cobrando mais dos clientes que
parcelam o pagamento. A Abecs,
associação que reúne as administradoras, informa, por meio da sua
assessoria, que os juros cobrados
dos consumidores já subiram, em
média, de 11% para 14% ao mês.
A Credicard informa que não alterou a sua taxa, que é de 11,7% ao
mês, e que não tem previsão para
reajustá-la. A empresa também
manteve o prazo de financiamento
de até 12 meses.
O Unibanco também não mexeu
nas suas taxas, mas pode vir a fazê-lo no início da próxima semana, se
o custo do dinheiro continuar subindo, segundo Rogério Estevão,
diretor. "Ninguém no mercado
quer subir os juros, mas se o custo
do dinheiro continuar pressionando, como hoje (ontem) não terá
jeito", diz. Ele avalia que essa é a situação do mercado como um todo.
O custo do dinheiro é medido pelo CDI (Certificado de Depósito
Interbancário). O CDI mede a taxa
pela qual os bancos emprestam dinheiro entre si, é a matéria-prima
do crédito. No mercado futuro,
ontem o CDI indicava taxa para fevereiro na casa dos 40%.
Em situação semelhante estão o
Itaú e Banco do Brasil, que ainda
não aumentaram suas taxas e estão
analisando a situação.
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