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Déficit comercial dos EUA bate recorde
das agências internacionais
O déficit comercial norte-americano voltou a bater recordes em
novembro, atingindo US$ 15,49 bilhões, informou ontem o Departamento de Comércio do país. Com
esse número, o país registra o pior
resultado na balança comercial de
sua história.
Nos 11 primeiros meses de 1998,
o resultado negativo na balança
comercial chegou a US$ 153,92 bilhões, o que leva à previsão de um
total em torno de US$ 168 bilhões
no ano, segundo o Departamento
de Comércio. Isso representaria
um aumento de quase 50% sobre o
déficit de US$ 110 bilhões do ano
anterior.
O déficit em 11 meses já é superior ao pior resultado da balança
comercial na história norte-americana, que foi de US$ 153,4 bilhões
em 1987.
Em outubro, o déficit havia atingido US$ 13,59 bilhões, segundo
números revisados.
Em novembro, as exportações de
bens e serviços dos Estados Unidos
reduziram-se 2%, para US$ 78,65
bilhões, enquanto as importações
cresceram 0,4%, atingindo US$
94,15 bilhões, um recorde.
A recessão no Japão e em outros
mercados emergentes reduziu a
demanda por produtos norte-americanos e contribuiu para baixar os preços de vários produtos
vendidos para o país, aumentando
sua importação.
"A dinâmica básica por trás desses dados vem a ser a força da economia norte-americana e o enfraquecimento de muitos de nossos
parceiros comerciais", disse o subsecretário de comércio dos EUA,
Robert Shapiro.
As previsões para este ano sugerem que o déficit comercial dos
EUA vai continuar crescendo.
"Nós ainda temos um forte apetite
por importados, pois estão muito
baratos", afirmou Gary Thayer,
economista da A.G Edwards &
Sons.
"Com as economias de outros
países ainda fracas, a demanda por
produtos norte-americanos não
será boa. Então, pensamos que o
déficit comercial vai continuar
crescente este ano."
Segundo a representante de comércio dos EUA, Charlene Barshefsky, o déficit pode atingir até
US$ 240 bilhões, refletindo principalmente uma queda nas exportações do país.
Os países com quem os EUA
mantêm maiores déficits comerciais são Japão e China. O saldo comercial negativo com o Japão vem
crescendo desde o início da crise
asiática, em 1997, e atingiu US$
5,78 bilhões em novembro. Nos
primeiros 11 meses do ano passado, acumulou US$ 58,22 bilhões.
Em seguida, vem a China, com
quem os EUA acumularam um déficit de US$ 52,92 bilhões de janeiro a novembro, um salto em relação aos US$ 45,83 bilhões de igual
período de 1997. Em novembro, o
saldo negativo foi de US$ 5 bilhões.
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