São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2004

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INVESTIMENTOS

Dados do BC indicam aumento de 5,43% de 2001 para 2002; paraísos fiscais no Caribe são os preferidos

Brasileiros declaram ter US$ 72 bi no exterior

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os 9.660 contribuintes pessoas físicas e empresas, residentes, domiciliados ou com sede no Brasil que entregaram, em 2003, as declarações de capitais no exterior exigidas pelo Banco Central informaram que tinham US$ 72,325 bilhões em investimentos fora do país ao final de 2002.
Esse valor é 5,43% superior aos US$ 68,598 bilhões que 8.871 contribuintes declararam possuir ao final de 2001.
Esses números foram levantados pelo Banco Central a partir das declarações entregues em 2002 e no ano passado. A obrigatoriedade de entrega das declarações começou em 2002, com base nos bens existentes em 31 de dezembro do ano anterior.
Naquele ano, seriam obrigados a declarar os contribuintes com bens de valor equivalente a R$ 200 mil. Resultado: 11.659 declarações foram entregues, sendo 2.788 com bens abaixo do limite mínimo. Esses declarantes informaram possuir US$ 91,1 milhões.
No ano passado, o BC elevou o limite mínimo que obrigava a declarar para R$ 300 mil. Com isso, o número de declarações entregues caiu para 10.164, mas apenas 504 estavam abaixo do limite -esses contribuintes declararam bens no valor de US$ 21,1 milhões.
Os paraísos fiscais no Caribe são os preferidos dos investidores. As Ilhas Cayman detinham US$ 24,6 bilhões em 2002 (US$ 19,62 bilhões em 2001), seguidas pelas Bahamas (US$ 7,51 bilhões e US$ 6,59 bilhões, respectivamente) e Ilhas Virgens Britânicas (US$ 5,98 bilhões e US$ 7,96 bilhões).
Os EUA detinham US$ 7,48 bilhões em 2002 (US$ 8,44 bilhões em 2001). Em depósitos, entretanto, os EUA têm a preferência, com US$ 5,31 bilhões (67%) dos US$ 7,89 bilhões declarados em 2002. O Reino Unido vem a seguir, mas com apenas US$ 606 milhões.
O BC informa que, segundo a classificação da Receita para paraísos fiscais (não tributam a renda ou a tributam abaixo de 20%), os países assim considerados detêm US$ 44,9 bilhões em apenas cinco itens (empréstimos, investimento direto com participação igual ou superior a 10%, financiamentos, depósitos e leasing).


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