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MERCADO
Ata de reunião do BC americano aponta pressões inflacionárias e evita indicar fim do ciclo de aperto monetário
Fed sinaliza novas altas de juros nos EUA
VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE
O Federal Reserve (Fed, o BC
americano) elevou sua taxa de juros no último dia 31, mas, ao contrário da expectativa geral de analistas e economistas, não sinalizou
o fim do ciclo de altas iniciado em
2004. Ao contrário: deixou o caminho aberto para mais altas.
Na ata da reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto,
na sigla em inglês) divulgada ontem, o banco lembra que, apesar
da decisão (unânime) do comitê
de elevar a taxa em mais 0,25 ponto percentual, para 4,5% ao ano,
"possíveis aumentos no uso de recursos e preços elevados da energia têm potencial para aumentar a
pressão sobre a inflação".
"Embora a posição do banco
pareça próxima de onde tenha de
estar, dado o cenário atual, pode
ser necessário mais do aperto da
política [monetária] para manter
as pressões inflacionárias contidas e os riscos à estabilidade de
preços e ao crescimento econômico sustentável em equilíbrio",
diz a ata da reunião -que foi a última comandada pelo ex-presidente do Fed Alan Greenspan
(que se aposentou).
O documento lembra ainda que
existe a possibilidade, na visão de
alguns membros do Fomc, de que
a política monetária do banco
continue a se mover (para cima)
devido às leituras do núcleo da inflação e das expectativas de inflação no longo prazo.
A suspeita do Fed ganhou ontem mais um reforço, com a divulgação do índice que mede o
desempenho dos principais indicadores econômicos dos EUA referente a janeiro, que mostrou
uma alta de 1,1%, contra 0,3% em
dezembro. "O índice subiu acentuadamente em três dos últimos
quatro meses. Isso pode ser um
sinal de ritmo mais rápido", disse
o economista do The Conference
Board (responsável pela apuração
do índice), Ken Goldstein.
Hoje o governo americano deve
divulgar o índice de inflação ao
consumidor no país referente a
janeiro -mais uma variável na
equação de analistas e investidores na tentativa de imaginar qual
será o caminho dos juros.
Na semana passada, o presidente do Fed, Ben Bernanke, já havia
dito no Congresso que vê a necessidade de novas altas de juros para manter os preços sob controle.
A resposta do mercado acionário não foi das melhores. A Bolsa
eletrônica Nasdaq caiu 0,85%. O
índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,42%.
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