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GADO DOENTE
Governador diz que doença "está na cabeça" do ministério, que confirmou novos focos no Estado anteontem
Requião nega que haja aftosa no Paraná
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), voltou
ontem a negar a existência de focos de aftosa no Paraná. Durante
a reunião com secretários que faz
todas as terças-feiras, Requião
disse que "o Paraná não tem aftosa" e que a doença "está na cabeça" do Ministério da Agricultura.
"Nós [Paraná] recebemos 229
animais de Mato Grosso do Sul. E
São Paulo, com uma divisa maior
com aquele Estado, deve ter recebido pelo menos dez vezes mais
animais. Mas não vi nenhuma
pesquisa sobre aftosa em São Paulo ou alguma declaração de zona
potencial de aftosa", disse.
A polêmica sobre a existência de
aftosa no Paraná se arrasta desde
outubro do ano passado, quando
229 animais oriundos de Eldorado (MS) foram leiloados em Londrina. Naquela mesma época, o
Ministério da Agricultura havia
notificado focos de aftosa na cidade sul-mato-grossense.
"O Paraná não tem aftosa. Ela
está na cabeça dos responsáveis
pelo Ministério da Agricultura",
disse Requião. "Vez por outra
converso com o Lula, mas a impermeabilidade [por parte do governo federal] às razões do Paraná, não só neste caso, é absoluta",
disse o governador.
O governo do Paraná tem mantido uma posição dúbia sobre a
existência de focos de aftosa no
Estado. Ao mesmo tempo em que
oficialmente nega a doença e trava uma batalha técnica com o Ministério da Agricultura, força, informalmente, o abate dos animais. A pressa em sacrificar os
animais se dá por pressão do setor exportador, interessado em
recolocar o Paraná no mercado
internacional. Após o sacrifício
dos animais, o Paraná poderá voltar ao mercado em seis meses.
Mas a pressa esbarra na resistência dos produtores. André
Müller Carioba, proprietário da
fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira (PR), conseguiu
na Justiça Federal a confirmação
de que o sacrifício de 1.795 animais seus só poderá ocorrer após
ele ter uma indenização -antecipada- de R$ 1,28 milhão.
Hoje, se reúnem em Maringá
proprietários de seis outras fazendas com focos de aftosa anunciados pelo ministério. Não estava
descartada ontem a possibilidade
de buscarem a via jurídica contra
o abate.
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