|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bancário protesta por uso do Código do Consumidor
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Sindicato dos Bancários de
São Paulo e o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor)
fizeram uma manifestação ontem
contra a Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que pode
impedir que o Código de Defesa
do Consumidor seja aplicado nas
operações com bancos, financeiras e seguradoras. A previsão é
que o assunto entre na pauta do
Supremo Tribunal Federal hoje.
Desde o final do ano passado, a
votação foi adiada pelo menos oito vezes, segundo o Idec. A Adin
foi proposta em dezembro de
2001 pela Consif (Confederação
Nacional de Sistema Financeiro),
representante dos bancos.
Para ajuizá-la, a Consif se baseou no artigo 192 da Constituição, que estabelece a necessidade
de lei complementar para regulamentar o sistema financeiro. Como o código não é uma lei complementar (mas sim ordinária), a
Consif pede que a relação cliente-banco seja feita pelo Banco Central. "Não há fundamento, porque
ninguém quer que o CDC regule o
sistema financeiro. O objetivo é
que ele proteja o consumidor e
possa defendê-lo em casos de
cláusulas abusivas", diz Marcos
Diegues, gerente-jurídico do Idec.
Entre os casos, ele cita o envio
de cartão de créditos sem que o
consumidor tenha pedido e a
"venda casada" de produtos. "Os
produtos enviados devem ser
considerados como amostra grátis. Portanto, não é preciso pagar
taxas, anuidade. E um banco não
pode fornecer cheque especial e
em troca exigir que o cliente adquira um seguro", diz Guedes.
O julgamento da Adin foi iniciado em abril de 2002, quando a sessão do STF foi suspensa por tempo indeterminado porque o ministro Nelson Jobim pediu vistas
do processo. Dois ministros já haviam votado contra a Adin.
Texto Anterior: Sistema financeiro: Itaú registra lucro recorde de R$ 5,25 bilhões Próximo Texto: Contas públicas: Remessa cresce e deixa conta externa negativa Índice
|