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Turistas têm gasto recorde no Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
As despesas de turistas estrangeiros em visita ao Brasil voltaram
a bater recorde no começo deste
ano. Em janeiro, de acordo com
dados do BC (Banco Central), esses viajantes deixaram US$ 402
milhões no país, maior valor já registrado pela série estatística do
BC, iniciada em 1947. Os gastos
dos estrangeiros superaram as
despesas de turistas brasileiros
em viagem para o exterior.
Nesse caso, os viajantes brasileiros foram responsáveis por despesas de US$ 397 milhões em outros países, o que gerou um saldo
positivo de US$ 5 milhões para o
Brasil. Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, os gastos dos estrangeiros que visitam o país surpreendem, devido ao câmbio desfavorável para os visitantes
-com o real mais forte, as viagens para o Brasil acabam ficando
mais caras. Ele credita esse movimento aos investimentos que têm
sido feitos para melhorar a infra-estrutura turística, principalmente na região Nordeste.
Os números de janeiro foram
comemorados pelo ministro do
Turismo, Walfrido Mares Guia,
que, por meio de nota, afirmou
que o setor deverá atrair US$ 6,3
bilhões para o país neste ano. Se
confirmada a estimativa, os gastos dos turistas estrangeiros em
2006 serão 63% maiores do que os
registrados em 2005.
Em relação aos turistas brasileiros no exterior, Lopes diz que os
números observados nos últimos
meses estão de acordo com um
cenário de queda do dólar e recuperação da renda da população.
Na comparação com janeiro de
2005, os gastos dos brasileiros
com viagens internacionais cresceram 34% no mês passado.
Turismo de negócios
A queda do dólar no ano passado acabou sendo desfavorável para pelo menos um dos setores do
turismo nacional: o de negócios.
De acordo com estimativa do Favecc (Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas
Comerciais), a receita das agências especializadas em viagens
corporativas em 2005 deve ser a
mesma do que a do ano retrasado,
apesar de a emissão de bilhetes
aéreos ter aumentado 35%.
Os dados oficiais do faturamento do setor, que foi de R$ 3,3 bilhões em 2004, serão apresentados em março. "Todo o segmento
do turismo é dolarizado. Ganhamos em dólar, mas o fechamento
das contas é em moeda brasileira", afirmou Mauro Schwartzmann, vice-presidente do Favecc,
entidade que possui 27 agências
associadas. "Na média, vamos ter
a mesma receita apresentada em
2004, apesar da alta na emissão de
bilhetes", completou.
Segundo ele, o aumento da
emissão de bilhetes ocorreu principalmente no primeiro semestre
de 2005. "Tivemos que aumentar
nosso custo operacional, devido
ao crescimento dos nossos negócios, e com a conversão para o real
o aumento de lucro que poderíamos ter foi embora." O setor, diz,
está preocupado com a possibilidade de as empresas exportadoras começarem a cancelar viagens
por conta da queda do dólar.
"Existem sintomas de redução
das viagens corporativas. As empresas estão revendo suas estratégias. Elas ainda mantêm alguns
níveis de exportação porque os
contratos estão firmados."
Depois dos prejuízos causados
pelo 11 de Setembro, o turismo de
negócios começou a se recuperar
somente em 2003, salientando
que a melhora se intensificou em
2004. "Mas hoje, como o dólar está em patamar muito baixo, percebemos que as companhias que
têm foco na exportação estão revendo seus planos".
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