São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Reserva de US$ 100 bi custa 0,7% do PIB

O Tesouro terá um custo adicional este ano de 0,6% a 0,7% do PIB com a marca de US$ 100 bilhões em reservas que deve ser atingida no final deste mês ou no máximo nos primeiros dias de março.
As reservas já ultrapassaram a casa de US$ 97 bilhões.
Para conter a pressão sobre o câmbio, o Banco Central aumentou significativamente, no mês fevereiro, o ritmo de acumulação de divisas. A média diária tem sido superior a US$ 500 milhões.
A conta do adicional de despesa com a política do Banco Central de superacumulação de reservas é do economista Fábio Giambiagi, do Ipea, que acredita que o governo deve começar a refletir sobre os efeitos negativos dessa estratégia.
"Não é uma questão simples. O Banco Central não pode mesmo deixar o dólar derreter, mas isso tem um custo", afirma Giambiagi.
As vantagens de se acumular reservas são muitas. O país se torna mais resistente às crises externas e, além disso, reforça-se o projeto voltado para o crescimento.
O problema é o custo de manutenção das reservas. O país recebe cerca de 4,5% de juros pela aplicação dessas divisas, e, ao mesmo tempo, deve pagar este ano de 12,5% a 13% (previsão para a Selic média do ano) pelos títulos que emite para adquirir as reservas.
A maior preocupação de Giambiagi é que, cada vez mais, aumenta a acumulação de reserva, o que torna mais cara a manutenção desse dinheiro.
O risco é de que o ganho obtido pelo país com a queda dos juros seja anulado com as reservas.
De acordo com Giambiagi, a solução seria uma cooperação maior da política fiscal com a monetária para o Banco Central poder adotar uma postura mais agressiva de redução dos juros.
Ele acredita, no entanto, que hoje existe espaço para o BC aumentar o ritmo do corte de juros.

DISFUNÇÃO
Até novembro, o Cialis, concorrente do Viagra, era o segundo em vendas. Em dezembro, ultrapassou o concorrente. A participação do Cialis em SP -maior mercado do país- subiu 5% no período, alcançando 42% das vendas em valor, segundo o IMS Health.

HOSPEDAGEM
A Accor pretende inaugurar o Sofitel Florianópolis na segunda semana de abril. O investimento na construção foi de R$ 40 milhões. A meta é, no segundo ano de operação, superar R$ 10 milhões de faturamento anual. O empreendimento possui 115 apartamentos.

ALONGAMENTO

Expandir por meio de licenciamentos é o plano da academia Bio Ritmo, que acaba de fechar o pacote de venda de seu programa Face2Face, que reúne ferramenta de gestão e plano de exercícios e promete resultados em 45 dias. Ele foi testado por dois anos. A academia registrou alta de 25% no número de alunos novos, além do aumento em 12% na manutenção de alunos que costumavam desistir. A idéia é que academias com outras bandeiras, ao adquirirem o programa, tornem-se Bio Ritmo. A meta é licenciar 400 empresas em três anos.

PÉ DE MEIA

A Sigvaris Brasil, empresa suíça de meias médicas de compressão, inicia suas exportações para a Argentina. A entrada no mercado argentino foi viabilizada a partir do investimento de R$ 5 milhões que a multinacional promove em suas plantas produtivas no Brasil. "O objetivo é tornar o país o nosso pólo exportador para América Latina e América do Norte", afirma Celso Cintra, presidente da Sigvaris Brasil. Atualmente a Sigvaris tem negócios em 70 países e suas fábricas estão instaladas nos EUA, no Brasil, na Suíça e na França. Chile e Peru também entram nos planos da empresa neste ano. O objetivo é exportar cerca de 20% de toda produção nacional para os dois países.

NO PRATO
A marca Delícia, da Bunge Alimentos, estréia hoje a promoção do seu lançamento, o Azeite Delícia, importado da Espanha. Clientes do Porto Rubaiyat ganharão o azeite e um livro da Casa do Azeite Espanhol, com 250 mil menus para entrada, prato principal e sobremesa.

ÁGUA NA PISTA
A reunião marcada pela Anac para hoje, muito esperada pelas concorrentes da Varig, que iriam receber os slots tomados pela agência da VRG Linhas Aéreas, foi cancelada. A Varig permanece com esses espaços de pouso e decolagem em Congonhas.

CHEQUE VOADOR
Com índice de 0,18% em janeiro, as fraudes com cheques no país caíram 21,74% ante o mesmo período de 2006, quando o indicador ficou em 0,23%, segundo estudo da Telecheque, empresa de concessão de crédito no varejo. Em relação a dezembro (0,09%), a pesquisa constatou aumento das fraudes de 100%. São Paulo teve o maior indicador de cheques fraudados, com índice de 0,54%. No Estado ainda houve crescimento das fraudes de 5,88% ante janeiro do ano passado.

DO PARAGUAI
A primeira fábrica de biodiesel do Paraguai começou a ser construída pelo grupo brasileiro Ponte Di Ferro. Ela ficará próxima a Assunção. O grupo se associou a investidores locais para produzir biodiesel a partir do coco da macaúba, mas também pode aproveitar a soja local. A legislação paraguaia é semelhante à brasileira para o biodiesel, com a obrigatoriedade de adicionar 2% ao diesel a partir do ano que vem e 5% até 2013. O país importa todo o petróleo que consome.


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