ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

O presidente dos EUA, Barack Obama, ordenou ontem ao Departamento do Tesouro que inicie cortes de impostos que manterão, segundo seus cálculos, no mínimo US$ 65 a mais no bolso dos contribuintes por mês. O governo afirma que o corte atingirá 95% das famílias, uma de suas principais promessas de campanha.
"Estou feliz por anunciar que nesta manhã [de ontem] o Tesouro começou a orientar empregadores a reduzir os impostos retidos dos pagamentos -o que significa que, até 1º de abril, uma família típica levará para casa pelo menos US$ 65 a mais todo mês", disse ele, em mensagem semanal de rádio. "Nunca antes em nossa história um corte de impostos foi efetivado mais rápido ou afetou tantos trabalhadores americanos."
Os cortes são parte do plano de recuperação econômica de US$ 787 bilhões, assinado por Obama na última terça, que pretende colocar mais dinheiro na carteira dos cidadãos e estimular a economia pelo aumento do gasto com consumo.
Analistas divergem, porém, sobre o efeito que tal corte poderá ter no alívio da recessão. A argumentação é que muitos irão poupar ou pagar dívidas em vez de consumir. Além disso, há o risco de o dinheiro ser engolido por altas de impostos em estudo pelos Estados.
Obama alertou que o plano é apenas um primeiro passo. Amanhã, ele vai organizar uma cúpula de analistas independentes, sindicatos, grupos civis e legisladores para discutir formas de diminuir o déficit de US$ 1 trilhão que herdou -e aumentou consideravelmente com os planos de recuperação.


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