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VAREJO
Alta em janeiro chega a 2,35%, melhor marca para o mês desde 2001; crédito puxa movimento e chega a bens não-duráveis
Comércio vende mais pelo 4º mês seguido
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
As vendas do comércio varejista
cresceram em janeiro, quarto mês
seguido de alta, impulsionadas
pelo crédito e pela recuperação do
rendimento. O crescimento, em
volume, foi de 2,35% na comparação livre de influências sazonais
com dezembro, disse o IBGE.
Já em relação a janeiro de 2005,
as vendas subiram 6,54%. Trata-se da melhor marca para um mês
de janeiro desde 2001, desde
quando é possível fazer a comparação anual a partir dos dados da
PMC (Pesquisa Mensal do Comércio). O comércio cresceu
4,84% em 2005 e 9,25% em 2004.
Mais uma vez, o crédito foi o
principal propulsor do crescimento das vendas do varejo, segundo o IBGE. As vendas a prazo
alavancaram de novo o setor de
móveis e eletrodomésticos -alta
de 1,68% de dezembro a janeiro.
Mas a novidade do início deste
ano é que o crédito agora já impulsiona também as vendas dos
supermercados, segundo o IBGE.
O ramo de híper e supermercados
e demais lojas de alimentos teve
alta de 5,97% ante dezembro.
"Há uma tendência de aumento
do crédito nesse setor, o que explica o bom desempenho de janeiro", disse Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços
e Comércio do IBGE. Muitas redes passaram também a parcelar
compras de produtos não-duráveis (alimentos e bebidas), o que
não faziam antes, disse Pereira.
Queda da inflação e recuperação da renda também explicam a
melhora do setor de supermercados, o de maior peso no varejo.
Pereira avalia, porém, que a expansão do crédito, que ainda não
dá sinais de arrefecimento, é o
principal impacto positivo. Tal
cenário, diz, assegura vendas
num ritmo mais acelerado.
Para a Fecomércio-SP, a explicação para o incremento das vendas é outra: o aumento da renda,
que faz crescer as compras de
não-duráveis. Houve, segundo o
economista da entidade Altamiro
Carvalho, um deslocamento no
consumo das famílias, que passaram a comprar mais alimentos e
bebidas e reduziram gastos com
móveis e eletrodomésticos.
Em 2004 e 2005, os bens duráveis, embalados pelo crédito, lideram o crescimento do varejo, diz
Carvalho. Até que a demanda reprimida por esses bens fosse atendida. A partir de então, afirma, o
consumo se deslocou para artigos
vendidos nos supermercados.
"A nossa leitura é diferente [da
do IBGE]. É inequívoco que o crédito é um dos elementos principais para expansão das vendas do
varejo, mas, no caso dos supermercados, o que houve foi um
deslocamento de vendas. Antes,
havia um ciclo nítido de crescimento forte de bens duráveis.
Agora, o que se vê é um crescimento dos não-duráveis", disse.
Por trás desse crescimento está o
avanço da renda.
Para 2006, a Fecomércio prevê
um crescimento de 4% nas vendas do comércio. O entrave para
uma expansão maior, diz Carvalho, são os juros elevados e o endividamento das famílias e suas
despesas com o pagamento de juros bancários.
Combustíveis
Na contramão do resto do varejo, porém, as vendas dos postos
de combustíveis caíram 2,33% de
dezembro para janeiro em razão
do aumento de preço do álcool,
que também fez subir o preço da
gasolina.
Já o ramo de tecidos e vestuário
desacelerou -alta 0,32% em janeiro ante 2,47% em dezembro-
, passado o período de pico das
vendas de final de ano.
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