São Paulo, quinta-feira, 22 de março de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Baixa renda puxa expansão dos cartões de crédito

Pesquisa vê alta de 22% nos gastos do grupo em 2007

TATIANA RESENDE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado de cartões de crédito vai continuar crescendo impulsionado pela baixa renda, faixa da população que ganha entre R$ 151 e R$ 499 por mês. A projeção de uma pesquisa realizada pelo Itaú é que a movimentação desse segmento cresça 22,1% em 2007, contra 20% de todo o mercado.
Em 2005, a diferença entre os dois aumentos havia sido ainda maior, de 4,7 pontos percentuais. A estimativa é que a movimentação dessa faixa da população suba de R$ 8,7 bilhões, em 2006, para R$ 10,7 bilhões, neste ano.
Embora esse consumidor represente 15% (11,5 milhões) dos cartões em circulação, com uma fatura média de R$ 47, responde por apenas 6% do faturamento do setor. No Nordeste, está a maior concentração nessa faixa de renda, com 21% dos cartões e 9% do valor. Ainda assim, os bancos estão de olho nesse público, pois apenas 22% dele possui o chamado dinheiro de plástico. Outros 17% já tiveram, mas cancelaram porque têm dificuldades de fazer o planejamento financeiro.
Entre os que não possuem, 78% usam carnê ou crediário para financiar as compras e 20% utilizam meios mais alternativos, como o fiado. "O foco da indústria é mostrar a esse consumidor como usar o cartão com responsabilidade", disse Fernando Chacon, diretor de marketing de Cartões do Itaú, líder no segmento de cartões, com 25% do faturamento.
Para aumentar o público de baixa renda, o banco está testando um cartão vinculado a um título de capitalização e estuda a possibilidade de ter um produto em que o limite seja o da fatura, não total, como acontece agora. Ou seja, o cliente teria um teto de gastos por mês.
As despesas da baixa renda se concentram nas compras no supermercado, que também lidera nas classes mais altas, seguido de vestuário e moradia, que inclui a compra de materiais de construção.
A inadimplência não foi detalhada pelo executivo, que disse apenas que o nível se mantém estável nos últimos três anos. As taxas ainda são altas, em torno de 10% ao mês, mas a população está driblando esse gasto, pois 54% da baixa renda e 51% das demais classes parcelam as compras sem juros. Já 35%, nos dois casos, caem na armadilha do pagamento mínimo. Todo o mercado movimentou R$ 156,9 bilhões em 2006. Neste ano, até este mês, foram R$ 41,7 bilhões.


Texto Anterior: Mudança facilita liberar transgênico
Próximo Texto: Turismo externo bate novo recorde
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.