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Baixa renda puxa expansão dos cartões de crédito
Pesquisa vê alta de 22% nos gastos do grupo em 2007
TATIANA RESENDE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O mercado de cartões de crédito vai continuar crescendo
impulsionado pela baixa renda,
faixa da população que ganha
entre R$ 151 e R$ 499 por mês.
A projeção de uma pesquisa
realizada pelo Itaú é que a movimentação desse segmento
cresça 22,1% em 2007, contra
20% de todo o mercado.
Em 2005, a diferença entre
os dois aumentos havia sido
ainda maior, de 4,7 pontos percentuais. A estimativa é que a
movimentação dessa faixa da
população suba de R$ 8,7 bilhões, em 2006, para R$ 10,7 bilhões, neste ano.
Embora esse consumidor represente 15% (11,5 milhões) dos
cartões em circulação, com
uma fatura média de R$ 47, responde por apenas 6% do faturamento do setor. No Nordeste,
está a maior concentração nessa faixa de renda, com 21% dos
cartões e 9% do valor. Ainda assim, os bancos estão de olho
nesse público, pois apenas 22%
dele possui o chamado dinheiro
de plástico. Outros 17% já tiveram, mas cancelaram porque
têm dificuldades de fazer o planejamento financeiro.
Entre os que não possuem,
78% usam carnê ou crediário
para financiar as compras e
20% utilizam meios mais alternativos, como o fiado. "O foco
da indústria é mostrar a esse
consumidor como usar o cartão
com responsabilidade", disse
Fernando Chacon, diretor de
marketing de Cartões do Itaú,
líder no segmento de cartões,
com 25% do faturamento.
Para aumentar o público de
baixa renda, o banco está testando um cartão vinculado a
um título de capitalização e estuda a possibilidade de ter um
produto em que o limite seja o
da fatura, não total, como acontece agora. Ou seja, o cliente teria um teto de gastos por mês.
As despesas da baixa renda se
concentram nas compras no
supermercado, que também lidera nas classes mais altas, seguido de vestuário e moradia,
que inclui a compra de materiais de construção.
A inadimplência não foi detalhada pelo executivo, que disse
apenas que o nível se mantém
estável nos últimos três anos.
As taxas ainda são altas, em torno de 10% ao mês, mas a população está driblando esse gasto,
pois 54% da baixa renda e 51%
das demais classes parcelam as
compras sem juros. Já 35%, nos
dois casos, caem na armadilha
do pagamento mínimo. Todo o
mercado movimentou R$ 156,9
bilhões em 2006. Neste ano, até
este mês, foram R$ 41,7 bilhões.
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