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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Proposta de Mantega deve ser inócua, dizem economistas
Pouco eficiente e inócua do
ponto de vista prático. É assim
que economistas definiram a
iniciativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que se
reunirá na próxima semana
com instituições financeiras
para tentar reduzir prazos de
financiamento a pessoas físicas. O objetivo é segurar o crescimento da economia e reduzir
pressões inflacionárias.
"A história econômica demonstrou, nos últimos quatro
séculos, que, para modelar o
comportamento dos agentes
econômicos, não adianta conversar", diz Roberto Padovani,
estrategista de investimentos
do banco WestLB. "Eles só reagem diante de incentivos, e há
instrumentos de política monetária para conseguir esse tipo
de resposta."
Ana Carla Abrão Costa, economista-chefe da consultoria
Tendências, também diz que o
encontro não terá efeito do
ponto de vista prático. Isso porque, com o aumento dos índices de renda, emprego e adimplência, os bancos devem continuar emprestando.
Além disso, segundo ela, se o
objetivo do governo for, ao segurar a economia, tentar reverter a perspectiva de aumento
da taxa básica de juros, também
não haverá efeito. "Para o Banco Central, não fará a menor diferença se os bancos vão ou não
diminuir o tempo de financiamento", diz ela. "Se o BC achar
que há pressões inflacionárias,
irá aumentar os juros."
Segundo Costa, o lado positivo da medida é que a Fazenda
não baixou uma resolução para
reduzir prazos de financiamentos. Padovani, no entanto, acredita que a atitude represente
retrocesso e piora a avaliação
do risco econômico do país.
"Se alguém encostar um revólver na minha cabeça e me
obrigar a optar entre aumentar
a Selic ou limitar o crédito, prefiro a segunda opção", diz Júlio
Gomes de Almeida, consultor
do Iedi. "Das alternativas, é a
menos ruim, porque não pune
toda a sociedade, mas é desnecessária."
Isso porque, para Almeida,
caso seja bem-sucedido e reduza o consumo ao restringir o
crédito, o governo poderá expor outras deficiências da economia, como o real valorizado.
"Até agora, o mercado interno absorveu a produção da indústria que antes era voltada à
exportação, mas isso pode mudar", diz Almeida. "Não vejo
nenhuma razão para mexer em
crédito, até porque a crise internacional pode chegar ao país
e frear o crescimento."
PALMARES
A Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares, que
acaba de graduar a primeira turma formada por maioria de
negros autodeclarados, vai expandir cursos e vagas. Neste
ano, a Unipalmares quer abrir quatro novos cursos, segundo
José Vicente, reitor da universidade e presidente da Afrobrás, ONG criadora da escola. "Queremos saltar de 2.000
para 4.000 alunos até 2009." Também devem ser criados
cursos de pós-graduação "lato sensu" e ensino a distância.
Vicente afirma ainda que a Unipalmares tem projetos para a
abertura de unidades no Rio e em Salvador. Ele espera rápido aumento da participação de negros no mercado, principalmente no setor bancário, pelo trabalho da Unipalmares.
ROTEIRO GOURMET
A Lefkas Bottarga,
empresa especializada na produção de
bottarga, iguaria feita
a partir de ovas de
tainha, fez uma parceria com chefs renomados de cidades como São Paulo, Belo
Horizonte e Buenos
Aires. O projeto prevê
a inclusão de pratos
com bottarga no cardápio de restaurantes. O objetivo é criar
um roteiro gastronômico internacional.
Casas paulistanas como o D.O.M. e o La
Brasserie participam
do roteiro. Em São
Paulo, os diversos
pratos ficam nos cardápios durante os
meses de abril e maio.
A proposta da bottarga é ser uma alternativa para o caviar na
alta gastronomia.
ALTERNATIVA
Na segunda-feira, 24, o
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, participa do
evento "Cresce Brasil para a
Região Metropolitana de
São Paulo", debate promovido pela FNE e pelo Seesp, a
federação e o sindicato dos
Engenheiros de São Paulo. O
objetivo é buscar soluções
para a região metropolitana.
VISITA
No mesmo dia 24, chegará
a São Paulo o embaixador da
Tunísia, Seifeddine Cherif,
que visitará a Câmara Árabe
e participará de uma discussão sobre comércio bilateral
e oportunidades de investimento.
SUSTENTÁVEL
O CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável) abre, no dia 26, o "Sustentável 2008-Ciclo de Encontros sobre Sustentabilidade e Gestão Responsável",
no Rio de Janeiro.
TETO
A Caixa Econômica Federal assinou 13 convênios
com grandes construtoras
no país desde 2007. Em São
Paulo, foram firmadas seis
parcerias, com investimentos no valor de R$ 7,2 bilhões, para a construção de
83 mil unidades habitacionais, que atenderão 340 mil
pessoas entre 2008 e 2010.
PUJANTE
Para ajudar a entender
riscos e oportunidades de
empreender no Brasil, durante seminário sobre o tema que acontecerá na FGV
na terça-feira, 25, foram
analisados os balanços de 10
mil empresas, entre 1997 e
2006. "É um retrato fiel do
que aconteceu no Brasil, nos
últimos dez anos", diz William Eid Junior, coordenador do seminário e do curso
de finanças da FGV. Carros,
cartões de crédito e atividades de lazer estão entre os
segmentos que mais cresceram no período. Já as indústrias têxtil e de brinquedos
enfrentaram dificuldades.
com CRISTIANE BARBIERI (interina)JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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