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"Sigilo fiscal deve ser respeitado", dizem juristas
DA REPORTAGEM LOCAL
O apoio e a experiência da
iniciativa privada para ajudar
na contenção de gastos e no aumento de eficiência do Estado
são bem-vindos, na avaliação
de juristas consultados pela
Folha. Mas eles afirmam que é
preciso preservar os contribuintes ao fornecer dados fiscais para consultorias privadas,
ainda que seja de forma codificada.
Para Ives Gandra da Silva
Martins, advogado e professor
emérito da Universidade Mackenzie, não há problema no fato de governos fazerem parcerias para combater a sonegação
fiscal. "É bom, útil para o governo melhorar a sua eficiência. O
que não pode haver é a revelação da vida do contribuinte para uma organização privada."
"Os dados só podem ficar
com o fisco, que só pode quebrar sigilo se houver indícios de
sonegação. A Secretaria da Fazenda ou a Receita Federal não
podem passar informações de
contribuintes para qualquer
instituição privada", afirma
Gandra Martins.
Para Adilson Dallari, professor titular de direito administrativo da PUC-SP, é "imprescindível que o Ministério Público faça uma investigação"
para dizer se houve ou não violação do sigilo fiscal.
O trabalho de racionalização
para melhorar a gestão e aumentar a eficácia do Estado, segundo diz Dallari, pode ser feito
sem entrar "na intimidade do
contribuinte".
(CR e FF)
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