São Paulo, domingo, 22 de março de 2009

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Governo deve olhar o caixa das construtoras, dizem analistas

DA SUCURSAL DO RIO

Para que o pacote não seja apenas um pronto-socorro, especialistas recomendam ao governo condicionar a liberação de recursos à capacidade financeira das construtoras. "É preciso ver as condições de capital de giro. Sem caixa e sem crédito, correm o risco de não entregar o imóvel", diz Bruno de Oliveira, analista de construção civil do banco Safra.
Levantamento da consultoria Economática com 102 empresas de capital aberto mostra que as sete construtoras que já divulgaram resultado saíram de lucro somado de R$ 152 milhões no terceiro trimestre para prejuízo conjunto de R$ 118 milhões nos últimos três meses do ano. Entre as demais empresas que já divulgaram resultado -excluídas Petrobras e Vale-, o lucro somado caiu 40%.
Para combater os efeitos da crise, primeiro o governo anunciou medidas para instituições financeiras, que foram salvas da falta de liquidez após a redução do compulsório. Em dezembro, montadoras ganharam redução do IPI. Sem falar em medidas genéricas iniciais para segurar o dólar e aumentar o crédito, além dos aportes individuais do BNDES a empresas como a Aracruz e o frigorífico Independência.
Em janeiro, as construtoras levaram ao governo proposta para garantir a liberação rápida dos recursos. Entre as propostas, estão a criação de um fundo garantidor de R$ 500 milhões -a ser custeado inicialmente com recursos do Tesouro.

Classe C
Com a expansão do crédito, antes da crise financeira algumas construtoras já apostavam na maior capacidade de compra da classe C. RJZ-Cyrela, Rossi, Gafisa, MRV e PDG constroem para o segmento.
O potencial do mercado e a expectativa de reaquecimento com o pacote governamental animaram até mesmo o megainvestidor imobiliário americano Sam Zell.
Dono de uma participação na Gafisa desde 2007, Zell comprou por R$ 28 milhões, nesta semana, 4,8% da construtora Tenda, controlada pela Gafisa e focada nas classes C e D. (SL)

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