São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Investidores aguardam ata do Copom e desemprego

Contas externas e inflação também serão destaque

PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No Brasil, a ansiedade dos mercados fica concentrada na apresentação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), na manhã de quinta-feira. O documento irá tecer os argumentos para a manutenção da taxa Selic em 8,75%. A medida desapontou grande parte dos analistas econômicos, que esperavam que o ciclo de alta tivesse início na última reunião.
O clima nos mercados, em geral, não deve ser dos mais otimistas nesta semana. Os investidores estão mais avessos ao risco, principalmente depois da decisão inesperada do banco central da Índia, na última sexta-feira, de aumentar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual.
A decisão gerou insegurança global generalizada, uma vez que, agora, existe o temor de que outros países reduzam seus estímulos econômicos. A mudança ainda teve influência no preço das matérias-primas e nas ações das mineradoras, que fecharam a semana passada em expressiva queda. A Índia é grande compradora de commodities e de ouro.
Hoje sai também o resultado das transações correntes de fevereiro, anunciada pelo Banco Central. A tendência é de deficit, e a expectativa, de acordo com relatório do banco Santander, é que o saldo negativo acumulado em 12 meses atinja os US$ 26,8 bilhões. O Ministério do Desenvolvimento também divulga a balança comercial referente à última semana (de 15 a 19).
Amanhã, é a vez de a inflação voltar a atrair as atenções. Saem o IPCA-15, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e o IPC-S, auferido pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e referente à terceira quadrissemana de março.
A expectativa do mercado é que ambos os índices apresentem taxas de inflação acima do esperado, com a inflação do atacado pressionando mais fortemente os indicadores.
Os economistas alertam para os efeitos desse ciclo de altas nos indicadores inflacionários. Eles vêm desde o início do ano e isso pode resultar em aumento significativo no custo de vida das famílias daqui a alguns meses. O reajuste esperado, mas que ainda não foi definido, do preço de referência do minério de ferro ainda para 2010 é outro fator a reforçar essa tendência, uma vez que a medida acarretará em reajustes nos custos dos insumos para a produção industrial.
O IBGE divulga, na quinta-feira, a pesquisa mensal de emprego, referente ao mês de fevereiro. A tendência é de leve alta na taxa de desocupação, reflexo do fim do período mais forte de trabalhos temporários, ou seja, uma alta sazonal e aguardada pelos analistas.
Os outros indicadores nacionais relevantes para a semana são o IPC da Fipe (pesquisa de preços feita na cidade de São Paulo), na quinta-feira, e o resultado da sondagem industrial medido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Economia global
Nos EUA, saem o dado final do PIB no quarto trimestre de 2009 e diversos discursos de membros do Fed (banco central norte-americano). Mesmo assim, analistas de mercado consideram que a perspectiva de taxa básica de juros baixa por longo período deve ser mantida na oratória dos economistas.
Na zona do euro serão divulgados indicadores da atividade da indústria e de serviços, que devem se manter estáveis.
No Reino Unido, saem indicadores inflacionários, e a expectativa dos mercados é que a inflação no país mostre sinais de redução.


Texto Anterior: Três participantes disputam liderança em pregão virtual
Próximo Texto: Yuan fraco afeta menos o Brasil, diz BC
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.