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Investidores aguardam ata do Copom e desemprego
Contas externas e inflação também serão destaque
PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No Brasil, a ansiedade dos
mercados fica concentrada na
apresentação da ata do Copom
(Comitê de Política Monetária), na manhã de quinta-feira.
O documento irá tecer os argumentos para a manutenção da
taxa Selic em 8,75%. A medida
desapontou grande parte dos
analistas econômicos, que esperavam que o ciclo de alta tivesse início na última reunião.
O clima nos mercados, em
geral, não deve ser dos mais otimistas nesta semana. Os investidores estão mais avessos ao
risco, principalmente depois da
decisão inesperada do banco
central da Índia, na última sexta-feira, de aumentar a taxa básica de juros em 0,25 ponto
percentual.
A decisão gerou insegurança
global generalizada, uma vez
que, agora, existe o temor de
que outros países reduzam seus
estímulos econômicos. A mudança ainda teve influência no
preço das matérias-primas e
nas ações das mineradoras, que
fecharam a semana passada em
expressiva queda. A Índia é
grande compradora de commodities e de ouro.
Hoje sai também o resultado
das transações correntes de fevereiro, anunciada pelo Banco
Central. A tendência é de deficit, e a expectativa, de acordo
com relatório do banco Santander, é que o saldo negativo acumulado em 12 meses atinja os
US$ 26,8 bilhões. O Ministério
do Desenvolvimento também
divulga a balança comercial referente à última semana (de 15
a 19).
Amanhã, é a vez de a inflação
voltar a atrair as atenções.
Saem o IPCA-15, medido pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), e o
IPC-S, auferido pela FGV
(Fundação Getulio Vargas) e
referente à terceira quadrissemana de março.
A expectativa do mercado é
que ambos os índices apresentem taxas de inflação acima do
esperado, com a inflação do
atacado pressionando mais fortemente os indicadores.
Os economistas alertam para
os efeitos desse ciclo de altas
nos indicadores inflacionários.
Eles vêm desde o início do ano e
isso pode resultar em aumento
significativo no custo de vida
das famílias daqui a alguns meses. O reajuste esperado, mas
que ainda não foi definido, do
preço de referência do minério
de ferro ainda para 2010 é outro fator a reforçar essa tendência, uma vez que a medida acarretará em reajustes nos custos
dos insumos para a produção
industrial.
O IBGE divulga, na quinta-feira, a pesquisa mensal de emprego, referente ao mês de fevereiro. A tendência é de leve
alta na taxa de desocupação, reflexo do fim do período mais
forte de trabalhos temporários,
ou seja, uma alta sazonal e
aguardada pelos analistas.
Os outros indicadores nacionais relevantes para a semana
são o IPC da Fipe (pesquisa de
preços feita na cidade de São
Paulo), na quinta-feira, e o resultado da sondagem industrial
medido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Economia global
Nos EUA, saem o dado final
do PIB no quarto trimestre de
2009 e diversos discursos de
membros do Fed (banco central norte-americano). Mesmo
assim, analistas de mercado
consideram que a perspectiva
de taxa básica de juros baixa
por longo período deve ser
mantida na oratória dos economistas.
Na zona do euro serão divulgados indicadores da atividade
da indústria e de serviços, que
devem se manter estáveis.
No Reino Unido, saem indicadores inflacionários, e a expectativa dos mercados é que a
inflação no país mostre sinais
de redução.
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