|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Investimentos aceleram no 1º trimestre
Alta dos empréstimos do BNDES de 40,7% e da produção de 16% de máquinas indicam maior fôlego para bens de capital
Com expansão no pedido de financiamentos, banco eleva previsão de crédito ao setor de R$ 13,3 bi para, no mínimo, R$ 15 bi neste ano
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Os investimentos na economia cresceram com força no
começo deste ano e dois bons
termômetros desse movimento são a produção de bens de capital e os empréstimos do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social), que subiram, respectivamente, 16% no primeiro bimestre e 40,7% no primeiro trimestre de 2007.
Segundo dados obtidos pela
Folha, as operações de crédito
do banco estatal passaram de
R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre de 2006 para o valor recorde de R$ 3,8 bilhões no mesmo período deste ano, considerando todas as modalidades da
Finame, subsidiária do BNDES
que concede financiamento a
bens de capital por bancos repassadores a taxas diferenciadas. Nos primeiros três meses
de 2006, os desembolsos haviam registrado queda de 8%.
"A demanda por investimentos está muito forte", avalia
Cláudio Bernardo de Moraes,
superintendente de Área de
Operações Indiretas (repassadas por bancos) do BNDES.
Por trás de tal aquecimento,
diz, estão a queda do risco-país
para níveis historicamente baixos, juros menores (especialmente a TJLP, que referencia
os empréstimos do BNDES, hoje a 6,5% ao ano) e a previsão de
maior crescimento econômico.
Ou seja: animados com a possibilidade de ampliarem vendas, empresários investem em
nova capacidade de produção.
E a disposição de investir em
novas linhas de produção rebate na fabricação de bens de capital, que já estava em expansão em 2006, mas cujo crescimento se intensificou e se espalhou para todos os setores no
começo deste ano.
Segundo o IBGE, a produção
de bens de capital subiu 5,8%
na média de 2006. No quarto
trimestre, a alta foi de 7,8%, ritmo que se ampliou para 16% no
primeiro bimestre.
Mesmo ramos que vinham
mal, como o de máquinas para
agricultura -queda de 16,5%
em 2006 e de 2,2% no quatro
trimestre-, reagiram. No primeiro bimestre, a produção do
setor subiu 12,4%.
Também cresceram mais nos
dois primeiros meses a produção de máquinas e equipamentos para indústria (15,8%),
transporte (9,3%), energia
(14,5%) e construção (7,8%).
O mesmo ocorreu com os
empréstimos do BNDES, que
tiveram expansão na maioria
dos setores. Alguns destaques
foram química e petroquímica
(164,3%), têxtil (171,2%) e
agroindústria (74,3%).
"O investimento começou o
ano num ritmo muito forte,
com exceção da construção civil, que puxou um pouco para
baixo", disse o economista
Bráulio Borges, da LCA.
Sérgio Vale, economista da
MB Associados, estima uma expansão de 9,6% no investimento no PIB do primeiro trimestre. A LCA calcula incremento
do PIB de 1% no primeiro trimestre ante os últimos três meses de 2006 e de 4% em 2007.
Segundo o IBGE, 48% do investimento tem origem em máquinas e equipamentos e 43%,
na construção civil. O restante
vem da agropecuária.
Para Vale, a onda de investimentos na economia reflete
"troca de máquinas antigas ou
pouco eficientes por outras
mais eficientes". Moraes, do
BNDES, faz a mesma análise.
Para o economista Gustavo
Franco, ex-presidente do Banco Central e sócio da Rio Bravo,
o país não cresce mais, porém,
por causa da baixa proporção
de investimentos no PIB, que
com o novo cálculo do PIB ficou na faixa de 16% -estava na
casa de 20%.
Nova meta
Diante do aquecimento do
começo do ano, o BNDES revisou sua meta para financiamentos de máquinas e equipamentos.
Inicialmente, o banco previa
emprestar R$ 13,3 bilhões para
o setor. Já estima, no mínimo,
R$ 15 bilhões em financiamento -em 2006, foram desembolsados R$ 11,1 bilhões.
Texto Anterior: Consignado não avança no financiamento imobiliário Próximo Texto: Faturamento cresce 5,8%, diz Abimaq Índice
|