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Consignado não avança no financiamento imobiliário
Setor exige taxa de juros menor e prazos mais longos
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sucesso na popularização do
crédito no Brasil, o empréstimo
consignado -com desconto em
folha- encontra dificuldades
para entrar no segmento de financiamento imobiliário, setor
no qual são necessárias taxas de
juros ainda mais baixas e prazos mais longos.
O Bradesco desenvolveu o
modelo do seu consignado para
a casa própria, mas até agora
não encontrou nenhuma empresa do setor privado interessada em aderir à modalidade.
A idéia do banco, que já oferece juro para financiamento
imobiliário igual à Selic, de
12,5% ao ano, é baixar a taxa
ainda mais.
"Do contrário, não faz sentido para o tomador. Outro problema é o comprometimento
da renda, que só pode ser de
30%, o que demanda financiamentos longos", disse Ademir
Cossiello, diretor-executivo do
banco. O Bradesco pretende
trabalhar com prazos de financiamento de 120 meses.
Sem parceiros privados, o
Bradesco espera fechar o empréstimo para servidores públicos ainda em maio.
No Banco do Brasil, um projeto-piloto financia imóveis
com desconto em folha apenas
para os funcionários. A taxa é
de 12,5% ao ano mais TR e o
prazo é de 180 meses.
Apesar de forte no consignado, o Banco do Brasil foi um dos
últimos a entrar no financiamento imobiliário, que até o
ano passado era uma espécie de
reserva de mercado da Caixa
Econômica Federal.
A Caixa Econômica Federal,
maior financiadora da casa própria no país, também tenta viabilizar a modalidade para servidores públicos, mas só conseguiu emplacar o empréstimo
aos funcionários do Ministério
do Planejamento.
Mesmo assim, a única vantagem para os servidores é ter o
crédito pré-aprovado, sem
qualquer benefício em termos
de juros e prazo em relação às
linhas de financiamento disponíveis no SFH (Sistema Financeiro de Habitação).
FGTS
O Ministério das Cidades estuda uma fórmula que permita
o financiamento habitacional
com recursos do FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço) e desconto em folha de pagamento para todos os trabalhadores assalariados.
A garantia do empréstimo seria o saldo do FGTS do trabalhador, que abateria o montante devido. Não há consenso, no
entanto, sobre o volume do
FGTS utilizado para abater dívida no caso do empréstimo
imobiliário. No caso de demissão -ou terceirização de um
profissional-, os bancos querem instituir uma renegociação
da dívida habitacional, pois envolve mudança no perfil de risco do tomador.
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