São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007

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Consignado não avança no financiamento imobiliário

Setor exige taxa de juros menor e prazos mais longos

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sucesso na popularização do crédito no Brasil, o empréstimo consignado -com desconto em folha- encontra dificuldades para entrar no segmento de financiamento imobiliário, setor no qual são necessárias taxas de juros ainda mais baixas e prazos mais longos.
O Bradesco desenvolveu o modelo do seu consignado para a casa própria, mas até agora não encontrou nenhuma empresa do setor privado interessada em aderir à modalidade.
A idéia do banco, que já oferece juro para financiamento imobiliário igual à Selic, de 12,5% ao ano, é baixar a taxa ainda mais.
"Do contrário, não faz sentido para o tomador. Outro problema é o comprometimento da renda, que só pode ser de 30%, o que demanda financiamentos longos", disse Ademir Cossiello, diretor-executivo do banco. O Bradesco pretende trabalhar com prazos de financiamento de 120 meses.
Sem parceiros privados, o Bradesco espera fechar o empréstimo para servidores públicos ainda em maio.
No Banco do Brasil, um projeto-piloto financia imóveis com desconto em folha apenas para os funcionários. A taxa é de 12,5% ao ano mais TR e o prazo é de 180 meses.
Apesar de forte no consignado, o Banco do Brasil foi um dos últimos a entrar no financiamento imobiliário, que até o ano passado era uma espécie de reserva de mercado da Caixa Econômica Federal.
A Caixa Econômica Federal, maior financiadora da casa própria no país, também tenta viabilizar a modalidade para servidores públicos, mas só conseguiu emplacar o empréstimo aos funcionários do Ministério do Planejamento.
Mesmo assim, a única vantagem para os servidores é ter o crédito pré-aprovado, sem qualquer benefício em termos de juros e prazo em relação às linhas de financiamento disponíveis no SFH (Sistema Financeiro de Habitação).

FGTS
O Ministério das Cidades estuda uma fórmula que permita o financiamento habitacional com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e desconto em folha de pagamento para todos os trabalhadores assalariados.
A garantia do empréstimo seria o saldo do FGTS do trabalhador, que abateria o montante devido. Não há consenso, no entanto, sobre o volume do FGTS utilizado para abater dívida no caso do empréstimo imobiliário. No caso de demissão -ou terceirização de um profissional-, os bancos querem instituir uma renegociação da dívida habitacional, pois envolve mudança no perfil de risco do tomador.


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