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Queda do diesel deve reduzir a inflação e a tarifa de ônibus
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A redução no preço do diesel
terá um impacto de curto prazo
na inflação e outro, de mais longo prazo, no reajuste das tarifas
de ônibus em 2010, ano eleitoral.
Os combustíveis não têm um
peso elevado no índice oficial
de inflação, o IPCA. No ano
passado, quando o diesel foi
reajustado em cerca de 9%, o
governo calculou um impacto
de 0,015 ponto percentual.
Haverá um ganho maior nos
preços no atacado, onde o diesel tem um peso mais elevado
na composição do índice.
Essa queda acaba se refletindo na inflação oficial porque
parte do IPCA é influenciada
pelo atacado.
A correção das tarifas de
transporte urbano é arbitrada
em negociações entre as prefeituras e as empresas de ônibus.
No caso do transporte interestadual, os contratos de concessão com o governo federal
têm uma fórmula de reajuste
em que o diesel é um dos principais componentes.
A última queda no preço dos
combustíveis foi em 2003,
quando a gasolina caiu 6,5%, e o
diesel, 8,6%.
Desde então, foram cinco
reajustes na refinaria -o último em maio do ano passado.
Na teoria, o preço dos combustíveis segue a variação do petróleo no mercado internacional.
Mas a prática tem sido outra.
O governo Lula decidiu não repassar os aumentos no exterior
para o mercado doméstico, mas
quando há queda lá fora, não há
correção no país porque o governo argumenta que tem que
recompor as perdas.
Os ganhos que o governo pode ter com a inflação podem
acentuar a tendência de queda
dos juros pelo Banco Central.
Como o BC calibra as taxas
para garantir que a inflação não
fique acima de 4,5% neste ano,
uma queda no preço do diesel
implicará menos aumentos de
preços e, teoricamente, mais
espaço para redução dos juros.
O mercado financeiro, na última pesquisa feita pelo BC,
projetava que o IPCA ficasse
em 4,23% neste ano e em
4,40% em 2010. Como os percentuais estão abaixo da meta
oficial (4,5%), a queda do diesel
só acentuaria essa tendência.
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