São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 2009

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Queda do diesel deve reduzir a inflação e a tarifa de ônibus

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A redução no preço do diesel terá um impacto de curto prazo na inflação e outro, de mais longo prazo, no reajuste das tarifas de ônibus em 2010, ano eleitoral.
Os combustíveis não têm um peso elevado no índice oficial de inflação, o IPCA. No ano passado, quando o diesel foi reajustado em cerca de 9%, o governo calculou um impacto de 0,015 ponto percentual.
Haverá um ganho maior nos preços no atacado, onde o diesel tem um peso mais elevado na composição do índice.
Essa queda acaba se refletindo na inflação oficial porque parte do IPCA é influenciada pelo atacado.
A correção das tarifas de transporte urbano é arbitrada em negociações entre as prefeituras e as empresas de ônibus.
No caso do transporte interestadual, os contratos de concessão com o governo federal têm uma fórmula de reajuste em que o diesel é um dos principais componentes.
A última queda no preço dos combustíveis foi em 2003, quando a gasolina caiu 6,5%, e o diesel, 8,6%.
Desde então, foram cinco reajustes na refinaria -o último em maio do ano passado. Na teoria, o preço dos combustíveis segue a variação do petróleo no mercado internacional.
Mas a prática tem sido outra. O governo Lula decidiu não repassar os aumentos no exterior para o mercado doméstico, mas quando há queda lá fora, não há correção no país porque o governo argumenta que tem que recompor as perdas.
Os ganhos que o governo pode ter com a inflação podem acentuar a tendência de queda dos juros pelo Banco Central.
Como o BC calibra as taxas para garantir que a inflação não fique acima de 4,5% neste ano, uma queda no preço do diesel implicará menos aumentos de preços e, teoricamente, mais espaço para redução dos juros.
O mercado financeiro, na última pesquisa feita pelo BC, projetava que o IPCA ficasse em 4,23% neste ano e em 4,40% em 2010. Como os percentuais estão abaixo da meta oficial (4,5%), a queda do diesel só acentuaria essa tendência.


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