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Procon proíbe a venda do Corolla, da Toyota, em MG
Medida foi tomada após o registro de acidentes atribuídos ao tapete solto do veículo
Montadora não se manifesta; veto valerá até que a empresa substitua o acessório tanto nos veículos novos como nos usados
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
A Toyota não poderá vender
a partir de hoje o modelo Corolla em todo o território de Minas Gerais. A proibição é uma
decisão administrativa do Procon estadual, vinculado ao Ministério Público de Minas.
A medida tem relação com os
casos de consumidores de Belo
Horizonte que tiveram problemas de aceleração repentina e
involuntária do Corolla automático. Nos acidentes registrados, em um deles houve perda
total do veículo e a condutora
sofreu ferimentos leves.
Os problemas em Minas teriam relação com o tapete solto
do veículo, que deslizou e travou o acelerador. No recall de
8,5 milhões de veículos nos
EUA, na Europa, no Canadá e
na China, a Toyota apontou
problemas no acelerador (travamento do pedal ou problemas com o tapete) ou no freio.
De acordo com a investigação instaurada pelo Procon Estadual, baseada também nas
audiências públicas realizadas
pela área de Defesa do Consumidor do Assembleia Legislativa de Minas, os próprios representantes da Toyota alegaram,
em audiência, que o problema
estaria no tapete.
Concessionárias Toyota
também apontaram o tapete
como causa, segundo o processo: "O tapete estava solto, sem
as presilhas de fábrica necessárias à sua fixação no assoalho,
deslizando até o pedal do acelerador e, assim, comprometendo o seu funcionamento".
Segundo o Procon estadual, a
informação sobre isso consta
no manual do veículo, na seção
"Dispositivos internos". O órgão, porém, não considera suficiente essa citação sem que ela
esteja em uma seção específica
do índice, para alertar sobre os
riscos a que os motoristas estão
sujeitos e os cuidados que devem ser tomados.
Diz o processo, conduzido
pelo promotor Amauri Artimos
da Matta, que os prepostos da
Toyota disseram em audiência
que o recall feito nos EUA não é
necessário no Brasil porque os
tapetes e os pedais do acelerador dos veículos americanos
são diferentes dos daqui.
A suspensão da venda é até
que a Toyota adote medidas de
substituição dos tapetes dos
veículos Corolla novos e usados, independentemente do
ano, "por produtos seguros e
com recurso que impossibilite
a utilização, no veículo, de tapetes não originais, sem as especificações do fabricante".
A reportagem ligou ontem
para a assessoria de imprensa
da Toyota e deixou recado, mas
não houve resposta.
A autoridade administrativa
do Procon estadual é conferida
pelas Constituições federal e
estadual, quando trata dos sistemas de defesa do consumidor. Em São Paulo, esse sistema
é gerido pela Fundação Procon.
Em Minas, pelo Procon Estadual, vinculado ao MPE.
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