|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil e Índia
se unem em
crítica ao yuan
Países emergentes elevam tom contra política cambial adotada por Pequim
Yuan desvalorizado afeta
venda de alguns países,
mas também colabora para a
retomada chinesa, que elevou
consumo de itens de fora
DO "FINANCIAL TIMES"
A China está enfrentando
uma pressão cada vez maior
dos países emergentes para
deixar a sua moeda (o yuan) se
valorizar, uma ação que está
criando aliados inesperados
para os Estados Unidos na disputa diplomática contra a política cambial de Pequim.
Falando às vésperas do encontro de ministros das Finanças e de presidentes de bancos
centrais do G20, que começa
hoje em Washington, os comandantes dos BCs brasileiro e
indiano fizeram as declarações
mais fortes de seus países pela
apreciação do yuan.
Ainda que a maior parte da
pressão pública contra a China
venha dos EUA, a declaração
deles ressalta que uma série de
países em desenvolvimento
sente que o atrelamento do
yuan ao dólar, que ocorreu em
meados de 2008, tem imposto
custos para suas economias.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse
que uma moeda chinesa mais
forte "é absolutamente crítica
para o equilíbrio da economia
mundial". Ele afirmou que
"existem algumas distorções
nos mercados globais, uma delas é a falta de crescimento, a
outra é a China".
Já o presidente do BC indiano, Duvvuri Subbarao, afirmou
que um yuan desvalorizado cria
problemas para os países, inclusive para a Índia.
"Se a China reavaliar o yuan,
isso terá um impacto positivo
no nosso setor externo", disse.
"Se alguns países administram
sua taxa cambial e a deixam artificialmente baixa, o peso do
ajuste recai em alguns países
que não administram a sua taxa
cambial tão ativamente."
Algumas pessoas na China
têm se protegido das críticas
dos EUA contra o yuan forte ao
dizer que isso é um modo de tirar a atenção das verdadeiras
razões da crise financeira global. No entanto, não é tão fácil
rebater as críticas de países em
desenvolvimento. "Se as economias ricas e emergentes estiverem unidas no pedido pela
revalorização cambial, vai ficar
mais difícil para desqualificar a
manifestação, chamando-a de
exemplo da arrogância de uma
superpotência", afirmou Sebastian Mallaby, do Council on
Foreign Relations.
O yuan desvalorizado prejudica as exportações de alguns
emergentes, porém também
ajudou na recuperação da China, que aumentou seu consumo
de itens vindos de fora.
Texto Anterior: Trabalho: País faz aos EUA proposta contra desemprego Próximo Texto: Foco: Para combater falsificação, cédula de US$ 100 passa a ter fita de segurança 3D Índice
|