São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2010

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Brasil e Índia se unem em crítica ao yuan

Países emergentes elevam tom contra política cambial adotada por Pequim

Yuan desvalorizado afeta venda de alguns países, mas também colabora para a retomada chinesa, que elevou consumo de itens de fora

DO "FINANCIAL TIMES"

A China está enfrentando uma pressão cada vez maior dos países emergentes para deixar a sua moeda (o yuan) se valorizar, uma ação que está criando aliados inesperados para os Estados Unidos na disputa diplomática contra a política cambial de Pequim.
Falando às vésperas do encontro de ministros das Finanças e de presidentes de bancos centrais do G20, que começa hoje em Washington, os comandantes dos BCs brasileiro e indiano fizeram as declarações mais fortes de seus países pela apreciação do yuan.
Ainda que a maior parte da pressão pública contra a China venha dos EUA, a declaração deles ressalta que uma série de países em desenvolvimento sente que o atrelamento do yuan ao dólar, que ocorreu em meados de 2008, tem imposto custos para suas economias.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que uma moeda chinesa mais forte "é absolutamente crítica para o equilíbrio da economia mundial". Ele afirmou que "existem algumas distorções nos mercados globais, uma delas é a falta de crescimento, a outra é a China".
Já o presidente do BC indiano, Duvvuri Subbarao, afirmou que um yuan desvalorizado cria problemas para os países, inclusive para a Índia.
"Se a China reavaliar o yuan, isso terá um impacto positivo no nosso setor externo", disse. "Se alguns países administram sua taxa cambial e a deixam artificialmente baixa, o peso do ajuste recai em alguns países que não administram a sua taxa cambial tão ativamente."
Algumas pessoas na China têm se protegido das críticas dos EUA contra o yuan forte ao dizer que isso é um modo de tirar a atenção das verdadeiras razões da crise financeira global. No entanto, não é tão fácil rebater as críticas de países em desenvolvimento. "Se as economias ricas e emergentes estiverem unidas no pedido pela revalorização cambial, vai ficar mais difícil para desqualificar a manifestação, chamando-a de exemplo da arrogância de uma superpotência", afirmou Sebastian Mallaby, do Council on Foreign Relations.
O yuan desvalorizado prejudica as exportações de alguns emergentes, porém também ajudou na recuperação da China, que aumentou seu consumo de itens vindos de fora.


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