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São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003

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RECEITA ORTODOXA

Copom mantém taxa de 26,5% por unanimidade; governo afirma que país só crescerá 2% neste ano

Juro não muda e Fazenda prevê PIB menor

DA REDAÇÃO

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve ontem em 26,5% ao ano a taxa básica de juros. A decisão foi tomada por unanimidade pelos integrantes do comitê. A próxima reunião ordinária do Copom para discutir juros será nos dias 17 e 18 de junho.
Também ontem, o Ministério da Fazenda divulgou nova projeção de crescimento do PIB em 2003, que caiu de 2,2% para 2%.
Segundo documento da Fazenda, a economia só não terá um desempenho ainda pior porque a renda do setor agrícola deve ser recorde neste ano, compensando outros setores.
As taxas de juros cobradas do consumidor -tanto pessoa física quanto jurídica- seguem em patamares muito mais elevados do que os 26,5% da Selic.
Taxas do crédito pessoal estão, na média, em 110,3% ao ano. Já as empresas que necessitam de capital de giro pagam juros médios de 74,12% ao ano, segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
O empresário Antônio Ermírio de Moraes disse ter ficado "decepcionado" com a decisão do Copom e pediu uma aspirina.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) disse, em nota, que a decisão pela manutenção dos juros já compromete o ritmo da produção industrial no início de 2004. A entidade também afirma no documento que há "excesso de conservadorismo". Para a Febraban, que reúne os bancos, a medida do Copom é "tecnicamente correta", pois os juros poderão cair mais rapidamente no futuro.
Centrais sindicais criticaram a manutenção dos juros em 26,5% ao ano. "O país precisa crescer economicamente para gerar empregos", diz nota da CUT.
"Voltamos a insistir que manter os juros em patamares estratosféricos é contrário a qualquer projeto de estímulo da retomada do crescimento econômico", diz a nota da Força Sindical.
O mercado reagiu bem à manutenção dos juros. A decisão do Copom foi interpretada pelos investidores como uma demonstração de força do BC. O dólar caiu 1,22% e fechou cotado a R$ 3,003. O Ibovespa subiu 2,26%. No exterior, os títulos brasileiros voltaram a se valorizar e o risco-país caiu 3,95%, para os 827 pontos.


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