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RECEITA ORTODOXA
Copom mantém taxa de 26,5% por unanimidade; governo afirma que país só crescerá 2% neste ano
Juro não muda e Fazenda prevê PIB menor
DA REDAÇÃO
O Copom (Comitê de Política
Monetária) do Banco Central
manteve ontem em 26,5% ao ano
a taxa básica de juros. A decisão
foi tomada por unanimidade pelos integrantes do comitê. A próxima reunião ordinária do Copom para discutir juros será nos
dias 17 e 18 de junho.
Também ontem, o Ministério
da Fazenda divulgou nova projeção de crescimento do PIB em
2003, que caiu de 2,2% para 2%.
Segundo documento da Fazenda, a economia só não terá um desempenho ainda pior porque a
renda do setor agrícola deve ser
recorde neste ano, compensando
outros setores.
As taxas de juros cobradas do
consumidor -tanto pessoa física
quanto jurídica- seguem em patamares muito mais elevados do
que os 26,5% da Selic.
Taxas do crédito pessoal estão,
na média, em 110,3% ao ano. Já as
empresas que necessitam de capital de giro pagam juros médios de
74,12% ao ano, segundo a Anefac
(Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração
e Contabilidade).
O empresário Antônio Ermírio
de Moraes disse ter ficado "decepcionado" com a decisão do Copom e pediu uma aspirina.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) disse, em nota, que a decisão pela
manutenção dos juros já compromete o ritmo da produção industrial no início de 2004. A entidade
também afirma no documento
que há "excesso de conservadorismo". Para a Febraban, que reúne os bancos, a medida do Copom
é "tecnicamente correta", pois os
juros poderão cair mais rapidamente no futuro.
Centrais sindicais criticaram a
manutenção dos juros em 26,5%
ao ano. "O país precisa crescer
economicamente para gerar empregos", diz nota da CUT.
"Voltamos a insistir que manter
os juros em patamares estratosféricos é contrário a qualquer projeto de estímulo da retomada do
crescimento econômico", diz a
nota da Força Sindical.
O mercado reagiu bem à manutenção dos juros. A decisão do
Copom foi interpretada pelos investidores como uma demonstração de força do BC. O dólar caiu
1,22% e fechou cotado a R$ 3,003.
O Ibovespa subiu 2,26%. No exterior, os títulos brasileiros voltaram a se valorizar e o risco-país
caiu 3,95%, para os 827 pontos.
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