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São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003

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DE PESO

Presidente propõe parceria em setores de infra-estrutura como rodovia, ferrovia e energia

A empresários, Lula pede olho no futuro

Alan Marques/Folha Imagem
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre José Dirceu e Palocci, se reúne com empresários e ministros no Palácio do Planalto


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No mesmo dia em que o Copom decidiu manter os juros básicos em 26,5% ao ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu "prudência" na redução das taxas, durante reunião ontem pela manhã com empresários no Palácio do Planalto. Também pediu aos representantes do setor produtivo que pensem na economia "sob uma perspectiva de longo prazo".
As opiniões foram externadas a um grupo de dez "pesos pesados" -Antônio Ermírio de Moraes (grupo Votorantim), Roger Agnelli (Vale do Rio Doce), Jorge Gerdau Johannpeter (grupo Gerdau), Alain Belda (Alcoa), Lázaro Brandão (Bradesco), Armando Monteiro Neto (CNI), Emílio Odebrecht (Odebrecht), José Augusto Marques (Associação Brasileira da Indústria de Base), Marcos Galvão (Queiroz Galvão) e Ivoncy Iochpe (Grupo Iochpe), e reveladas, após o encontro, por Ermírio.
"O presidente [Lula] praticamente não falou sobre juros. Nós é que tocamos no assunto, dizendo que os juros têm de baixar para produzirmos bem e mais barato. Aí ele concordou, dizendo apenas que é preciso prudência", disse Antônio Ermírio. A declaração foi confirmada por um assessor do presidente.
A reunião durou cerca de três horas e meia. Lula disse aos empresários que o Brasil necessita de investimentos maciços nos próximos anos para evitar um colapso na infra-estrutura e preparar o país para um "salto de crescimento".
Em resposta, alguns empresários citaram o risco de um "paradão", em razão da má conservação da malha rodoviária, que seria sucessor do "apagão", em 2001.
O presidente convidou seus interlocutores a formar parcerias com o governo na reconstituição da infra-estrutura. Citou quatro setores prioritários: rodovias, ferrovias, portos e eletricidade.
"Para mim, a atitude do presidente deixou claro que não devemos nos prender a questões de curto prazo, como os juros, mas pensar em parceria de longo prazo", disse Agnelli.
Gerdau seguiu linha parecida ao comentar a reunião: "A taxa de juros é um problema de curto prazo. A parceria, estratégia de longo prazo". (FÁBIO ZANINI, ANDRÉ SOLIANI E LUCIANA CONSTANTINO)


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