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São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003

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CONTAS PÚBLICAS

Parcela atrelada ao câmbio cai de 34,7% para 30,36% em abril

Real forte reduz a dívida em dólar

SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A parcela da dívida do governo em mercado que é corrigida pelo dólar teve em abril o seu menor percentual desde maio de 2002. A redução aconteceu por causa da valorização do real de 13,8% em relação à moeda norte-americana. Ou seja, o valor da dívida caiu.
A participação da dívida cambial na dívida total caiu de 34,7% em março para 30,36% em abril. A valorização do real fez com que a dívida interna total atingisse R$ 644,41 bilhões em abril, com redução de 0,81% em relação ao mês anterior.
Não fosse a correção do restante da dívida por outros indexadores, o total poderia ter caído em R$ 15,9 bilhões. Esse foi o impacto da valorização do real no estoque de débitos.
O chefe do Departamento de Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldenstein, disse que a taxa de rolagem da dívida cambial é de 87,1% neste ano. Ou seja, uma parcela da dívida que está vencendo não vem sendo substituída por outros títulos ou contratos com correção pelo câmbio.
O governo vem aproveitando a baixa do dólar para reduzir um pouco a exposição da dívida à flutuação do dólar. Além de ser uma movimentação de interesse do governo, a medida consta do acordo do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O maior vencimento de dívida cambial até o final do ano está previsto para julho. Cerca de US$ 5,2 bilhões terão que ser renegociados pelo governo com o mercado interno.
O coordenador da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que o governo federal está de olho nos pesados vencimentos de outros tipos de títulos que acontecerão nos meses de junho, julho e agosto.
"Nós estamos recomprando esses títulos, substituindo-os por outros com prazos mais longos", afirmou. Segundo ele, as operações de recompra estão em torno de R$ 6 bilhões mensais.


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