São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2007

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Gravadora EMI aceita proposta de US$ 4,7 bi feita por fundo britânico

Negócio depende de aval de acionistas; outros interessados ainda estão na disputa

DA REDAÇÃO

A gravadora EMI anunciou ontem que aceitou uma oferta de 2,4 bilhões de libras esterlinas (cerca de US$ 4,7 bilhões) feita pelo fundo de "private equity" britânico Terra Firma. A oferta foi recomendada pela companhia aos seus acionistas.
No entanto, segundo analistas, a tendência é que novas propostas sejam feitas nos próximos dias pela terceira maior gravadora do mundo -a primeira é a Universal, seguida pela Sony-BMG. "A empresa está totalmente na disputa", disse à Bloomberg Claire Enders, da empresa de pesquisa de mídia Enders Analysis.
As especulações aumentaram mais depois que a cotação da ação da EMI atingiu 271 pence na Bolsa de Londres, superior aos 265 pence oferecidos pelo Terra Firma. Entre os cogitados para entrar na disputa estão a Warner Music e os fundos One Equity Partners, Cerberus e Fortress.
As negociações entre Warner e EMI se arrastam desde 2000, quando as autoridades regulatórias não aceitaram o negócio. Novas tentativas de fusão foram feitas em 2003 e 2006, mas novamente esbarraram no setor regulatório. O último capítulo foi em março, quando a Warner ofereceu 260 pence por ação, proposta que a EMI considerou "inadequada".
Caso seja concretizado o negócio, a Terra Firma vai adquirir uma gravadora que conta em seu catálogo com artistas como Beatles, Coldplay, Radiohead e Norah Jones. No Brasil, ela tem artistas como Marisa Monte e Jorge Vercilo.
Ela também assume um grupo que teve um prejuízo de 263,3 milhões de libras esterlinas em seu ano fiscal (encerrado em 31 de março) e cujo faturamento caiu 15,8% na comparação com o período anterior.
"O objetivo da Terra Firma é fortalecer a atual posição da EMI como uma das líderes do mercado fonográfico e acelerar o desenvolvimento de suas estratégias on-line e digital e explorar totalmente a oportunidade de crescimento de longo prazo", disse o criador do fundo, Guy Hands.
O negócio é mais um da onda de transações feitas por fundos de "private equities", que vêm acelerando o número de fusões e aquisições neste ano. Segundo cálculos da Bloomberg, as fusões e aquisições atingiram US$ 2 trilhões até meados de maio -60% a mais que no mesmo período de 2006.


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