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Compra de empresas entra em "zona de risco", alerta OCDE
Para entidade, os chamados fundos de "private equity" vivem fase em que fica cada vez mais difícil encontrar bons negócios para investir
Motivos para expansão de aquisições de companhias por fundos são demanda forte dos investidores, juro baixo e excesso de liquidez
DA REDAÇÃO
Com seus nomes cada vez
mais presentes no noticiário
econômico pela compra de
grandes empresas, os fundos de
"private equities" (de capital
privado) estão entrando em
uma zona de risco, de acordo
com a OCDE (Organização para Cooperação Econômica e
Desenvolvimento).
Para o organismo, as compras alavancadas, em que o fundo adquire uma empresa por
meio de empréstimos, estão vivendo um momento de amadurecimento, em que fica cada
mais difícil encontrar bons negócios e crescem os riscos de os
"private equities" assumirem
empréstimos ruins.
"As companhias de "private
equity" estão pagando preços
mais altos pelo direito de usar
seu conhecimento. Então simples mudanças na estrutura do
capital podem não ser suficientes para gerar bons retornos."
A atuação de um fundo de
"private equity" consiste basicamente em adquirir o controle de empresas, fechar seu capital e sanear as contas dessas
empresas, para depois vendê-las, com lucro. O setor tem sido
um dos que oferecem os mais
altos retornos nos últimos anos
no mundo.
Em capítulo de seu estudo
"Tendências do Mercado Financeiro", a OCDE diz que "dificilmente é uma surpresa" o
boom de aquisições de empresas por esses fundos. Segundo o
órgão com sede em Paris, o motivo para essa procura é a forte
demanda dos investidores
combinada com um ambiente
de juros baixos e excesso de liquidez pelo mundo.
Para a OCDE, o excesso global de poupança e de liquidez
pode levar os preços das compras a "níveis excessivos". E o
principal motivo dessa liquidez, afirma, são as reservas chinesas -de cerca de US$ 1,2 trilhão- e o investimento de parte desse montante na compra
de títulos do Tesouro americano, contribuindo para que os
juros americanos permaneçam
"baixos" -atualmente estão
em 5,25% ao ano.
No entanto, apesar das críticas, a entidade diz que a tendência é que essas transações
continuem. "Caso os juros não
se alterem, as compras alavancadas irão continuar até que os
preços das aquisições cheguem
a um ponto em que o rendimento delas será menos atrativo do que o dos títulos."
A OCDE também lembra que
os fundos de "private equity"
são uma "fonte de mudança e
de eficiência de mercado" e que
respondem a sinais da economia global, como o baixo custo
do crédito.
Um desses fundos, o KKR,
comprou uma central de geração de energia elétrica nos Estados Unidos por US$ 45 bilhões em fevereiro. Na semana
passada, o Cerberus adquiriu a
Chrysler por US$ 7,4 bilhões.
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