São Paulo, sábado, 22 de maio de 2010 |
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foco Ato contra interrupção de licença ambiental reúne 2.000 pessoas em Salvador
MATHEUS MAGENTA DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR Trabalhadores dos setores de construção civil e pesada fizeram uma marcha ontem em Salvador para protestar contra a ação dos Ministérios Públicos Federal e Estadual da Bahia e do Ibama, que, segundo eles, querem revogar todas as licenças ambientais municipais concedidas entre 2005 e 2010. A medida, caso seja efetivada, pode fechar 50 mil postos de trabalho em Salvador e cortar a movimentação de R$ 100 milhões em salários e R$ 200 milhões em material por mês, dizem os trabalhadores. Os autores da ação negaram que haverá revogação ou mudanças nas licenças já concedidas. O documento pede à Justiça que a Prefeitura de Salvador seja proibida de emitir licenciamentos ambientais em razão da falta de estrutura técnica e qualificação. A marcha saiu da avenida Paralela, região que concentra o boom imobiliário de Salvador, por volta das 8h, com cerca de mil pessoas. À medida que o protesto se deslocava pela cidade, ganhou a adesão de trabalhadores que deixavam os canteiros de obras. Ao final da marcha, em frente à sede do Ministério Público baiano, eram mais de 2.000 trabalhadores. Os líderes do movimento foram recebidos por representantes do órgão por volta das 12h. O protesto causou engarrafamento ao longo do trajeto de 18 quilômetros. Manifestantes entregaram panfletos com textos como "Não existe ambiente preservado à custa da miséria social". "As informações como foram difundidas geraram uma insegurança para os trabalhadores e decidimos por essa movimentação, na tentativa de promover o debate sobre o assunto", disse Adalberto Galvão, presidente do sindicato de trabalhadores da categoria. Durante a reunião, o procurador-geral de Justiça da Bahia, Wellington César Lima e Silva, disse que o objetivo da ação não é modificar licenças já emitidas, mas sim garantir que "o desenvolvimento econômico não deixe de resguardar a preservação ambiental." Em 2005, a Superintendência de Meio Ambiente de Salvador, órgão municipal, foi autorizada a fazer o licenciamento ambiental. Desde então, foram emitidas mais de 900 licenças para obras. Se a ação for acatada, a responsabilidade passa a ser do órgão estadual competente. Nos dois últimos anos, os Ministérios Públicos Federal e Estadual solicitaram ao Ibama vistoria em 38 empreendimentos imobiliários da cidade. Treze tinham algum tipo de irregularidade ambiental. Texto Anterior: Portugal Telecom quer comprar controle da Vivo Próximo Texto: Petrobras define que capitalização pode chegar a R$ 90 bi Índice |
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