São Paulo, sábado, 22 de maio de 2010

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Parlamento alemão aprova ajuda
de € 148 bilhões à UE

Ministros da UE pediram ontem sanções mais rígidas a países que quebrem regras orçamentárias da região

DA REDAÇÃO

O Parlamento alemão aprovou ontem sua parte no pacote de € 750 bilhões articulado pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional para tentar estabilizar a moeda unificada da região e impedir que a crise de dívida na Europa se alastre e trave a recuperação econômica global.
A contribuição alemã ao pacote pode alcançar € 148 bilhões (o equivalente a R$ 346,7 bilhões), caso algum dos países em crise não possa desembolsar sua parte.
O projeto foi aprovado por 319 votos a favor, 73 votos contrários e 195 abstenções, após o encerramento da terceira leitura e dos debates sobre a lei, que começou a ser discutida em plenário na quarta-feira.
Os ministros das Finanças da UE, reunidos em Bruxelas, apoiaram ontem a Alemanha, que pede novas e mais rígidas sanções contra países que quebrem as regras orçamentárias da região (como o limite para o deficit fiscal de 3% sobre o PIB). A atitude é vista como uma tentativa de dar fôlego ao euro e aumentar a segurança contra uma crise generalizada.
O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, tentou acalmar os mercados ao declarar que o euro não está em perigo. Ontem, a moeda da região fechou em US$ 1,2557, acumulando alta de 0,011% na semana, depois de ter atingido, na quarta-feira, o pior patamar em quatro anos.
Os ministros fizeram um encontro inaugural para discutir mudanças no modo como as 27 nações do bloco gerenciam suas finanças e coordenam a política econômica. As discussões, que vão continuar até outubro, são baseadas nas propostas delineadas na semana passada pela Comissão Europeia e em ideias da Alemanha.
Na segunda-feira, o país proibiu até o dia 31 de março de 2011 as vendas a descoberto de dívida pública dos países da zona do euro. Numa venda a descoberto, o investidor vende ativos emprestados, na esperança de comprá-los depois a preço inferior ao da transação e embolsar a diferença como lucro.
"Posso dizer que uma das conclusões do nosso debate é que está muito claro que há um consenso sobre termos sanções financeiras e não financeiras", disse a jornalistas Herman Van Rompuy, presidente da UE, quem presidiu as conversas.
As propostas também sugerem um mecanismo para fazer as nações da região reduzirem os níveis de suas dívidas para menos de 60% do PIB, proporção aceitável pelo bloco.
Uma das sugestões alemãs é a criação de um mecanismo para moratória ordenada da dívida soberana, caso ela ocorra.


Com agências internacionais


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