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Chance de acordo global diminui ainda mais
DO ENVIADO ESPECIAL
Os quatro parceiros/adversários do G4 se recusaram a assinar o atestado de óbito da Rodada Doha, lançada há seis anos
na capital do Qatar e virtualmente paralisada desde então.
Mas a mais elementar lógica
diz que as chances de algum
acordo, que já eram pequenas,
ficaram quase invisíveis. Afinal,
os quatro que fracassaram ontem em Potsdam são os mesmos quatro que voltam à mesa
de negociação em Genebra, sede da Organização Mundial do
Comércio, para discutir os
mesmíssimos temas em que
não conseguiram se acertar
desde que o G4 fez sua primeira
reunião há dois anos.
Pior: além deles, haverá mais
146 países à mesa, tornando
mais complexa a negociação.
É natural, portanto, que a comissária européia para a Agricultura, Mariann Fischer Boel,
diga que seu natural otimismo
"não pode ser mantido. Uma
oportunidade histórica foi perdida".
Peter Mandelson, seu colega
do Comércio, vai um pouco na
mesma direção: "Não é o fim da
Rodada Doha, mas coloca um
grande ponto de interrogação
sobre a capacidade de a OMC
concluí-la".
Na própria OMC, o diretor-geral, Pascal Lamy, que nunca
escondeu seu pouco entusiasmo com o G4, apressou-se a dizer que uma eventual convergência entre os quatro que negociavam em Potsdam seria
"útil, o que não quer dizer indispensável".
Lamy acrescenta o óbvio: "É
uma tarefa para os 150 membros da OMC".
O que vem agora tende a
acrescentar mais pimenta ao já
ardido desacordo de Potsdam:
na semana que vem, os presidentes dos comitês negociadores apresentarão novos documentos, agora provavelmente
com números sobre os itens
mais polêmicos (subsídios domésticos, tarifas agrícola de importação, tarifas industriais).
Aí, ou se retoma a negociação
ou se assina de vez o óbito.
(CR)
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