São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chance de acordo global diminui ainda mais

DO ENVIADO ESPECIAL

Os quatro parceiros/adversários do G4 se recusaram a assinar o atestado de óbito da Rodada Doha, lançada há seis anos na capital do Qatar e virtualmente paralisada desde então.
Mas a mais elementar lógica diz que as chances de algum acordo, que já eram pequenas, ficaram quase invisíveis. Afinal, os quatro que fracassaram ontem em Potsdam são os mesmos quatro que voltam à mesa de negociação em Genebra, sede da Organização Mundial do Comércio, para discutir os mesmíssimos temas em que não conseguiram se acertar desde que o G4 fez sua primeira reunião há dois anos.
Pior: além deles, haverá mais 146 países à mesa, tornando mais complexa a negociação.
É natural, portanto, que a comissária européia para a Agricultura, Mariann Fischer Boel, diga que seu natural otimismo "não pode ser mantido. Uma oportunidade histórica foi perdida".
Peter Mandelson, seu colega do Comércio, vai um pouco na mesma direção: "Não é o fim da Rodada Doha, mas coloca um grande ponto de interrogação sobre a capacidade de a OMC concluí-la".
Na própria OMC, o diretor-geral, Pascal Lamy, que nunca escondeu seu pouco entusiasmo com o G4, apressou-se a dizer que uma eventual convergência entre os quatro que negociavam em Potsdam seria "útil, o que não quer dizer indispensável".
Lamy acrescenta o óbvio: "É uma tarefa para os 150 membros da OMC".
O que vem agora tende a acrescentar mais pimenta ao já ardido desacordo de Potsdam: na semana que vem, os presidentes dos comitês negociadores apresentarão novos documentos, agora provavelmente com números sobre os itens mais polêmicos (subsídios domésticos, tarifas agrícola de importação, tarifas industriais). Aí, ou se retoma a negociação ou se assina de vez o óbito. (CR)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Não houve acordo nem sobre quem desistiu das negociações na Alemanha
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.