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Presidente do BB elogia nomeação de políticos
Maguito Vilela, ex-governador de Goiás e sem experiência no setor financeiro, é ameaça aos concorrentes, diz Lima Neto
"Ele [Maguito] tem conhecimento desse mercado [folhas salariais de Estados]. Se fosse os competidores, tomaria cuidado", diz Lima
FERNANDO NAKAGAWA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco do
Brasil, Antônio Lima Neto, disse estar otimista com a indicação do PMDB para uma das novas vice-presidências da instituição. Para ele, o ex-senador e
governador de Goiás Maguito
Vilela vai representar "um passo à frente" para o maior banco
brasileiro e uma ameaça à concorrência.
"Ele [Maguito] vem para
agregar, tem conhecimento
desse mercado. Se eu fosse os
competidores, tomaria cuidado", disse. O ex-governador vai
ocupar a nova diretoria de governo do banco. O cargo é responsável pelo relacionamento
do BB com o poder público e,
principalmente, pela negociação para a aquisição do direito
de administrar folhas de pagamento de Estados e municípios.
Apesar do caráter político da
indicação e da inexperiência de
Maguito no setor financeiro,
Lima Neto acredita que o ex-governador vá contribuir para
as atividades da nova diretoria.
"Queremos o senador aqui porque ele vai nos ajudar muito. É
uma pessoa que tem bom trânsito, entende esse negócio e sabe falar com esse povo."
O presidente do banco também elogiou a indicação de Luís
Carlos Guedes para a diretoria
de agronegócios. Lima Neto
lembrou que o ex-ministro da
Agricultura sempre esteve ligado ao setor e que, por isso, é gabaritado para ocupar o cargo.
"São duas pessoas que vêm para agregar, e o BB muda de patamar com esses profissionais
que foram treinados a vida toda
para cuidar disso", disse.
Lima Neto explicou a reformulação da diretoria ao citar
que é preciso separar áreas diferentes, como agronegócios e
governo, para que o banco possa dar mais atenção aos segmentos. "Não faz mais sentido.
É humanamente impossível
uma pessoa cuidar de tudo isso", disse. Hoje as duas áreas
estão em uma única diretoria.
A expectativa do BB é que a
nomeação dos novos diretores
saia em até um mês. Nesse período, é preciso esperar a edição de um decreto para a alteração da estrutura da diretoria do
banco e, depois, uma assembléia geral de acionistas será
convocada para a aprovação
das alterações.
André Borghesan, analista da
corretora Souza Barros, avalia
que o risco político atrelado ao
BB ainda existe, mas é menor
que o visto no passado.
"Esse perigo sempre está ligado ao banco e ainda é considerado pelos investidores. Mas
em um grau de preocupação
menor que o visto há alguns
anos", disse o analista.
Borghesan observa que, apesar desse risco, o BB tem trabalhado para tentar imprimir um
caráter mais profissional à sua
administração. Borghesan cita
como ação mais importante a
migração do banco ao Novo
Mercado da Bovespa (Bolsa de
Valores de São Paulo), decisão
que obriga a direção da instituição a adotar medidas mais
transparentes de governança.
"Por isso, acredito ser possível
que essa mudança acabe trazendo frutos", disse.
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