São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Oito são presos suspeitos de sonegação em comércio de carne

Grupos podem ter deixado de declarar ao fisco pelo menos R$ 1,5 bilhão

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Oito pessoas foram presas ontem numa operação da Receita Federal, realizada em parceria com a Polícia Federal, para desarticular dois grupos suspeitos de sonegação fiscal que atuavam na área de comercialização de carne e de abate de gado nos Estados do Maranhão, do Pará e do Tocantins.
A Operação Abatedouro, deflagrada na madrugada de ontem, cumpriu também 23 mandados de busca e apreensão -dois nos municípios paulistas de São José do Rio Preto e Fernandópolis. Um suspeito não foi localizado e estava foragido até o fim da tarde de ontem.
Segundo a Receita Federal em Imperatriz (MA), sede dos dois grupos, empresas fictícias eram criadas, algumas registradas em nome de laranjas e outras com utilização de CPFs e documentos falsos, que, além de sonegar impostos, não recolhiam contribuição previdenciária dos trabalhadores.
Quando as empresas eram alvo da fiscalização da Receita Federal, suas atividades eram encerradas e novas empresas de fachada eram registradas em nomes de laranjas. Para manter os esquema de sonegação, diz a Receita, as empresas fictícias eram abertas e fechadas rapidamente. A investigação identificou pelo menos 45 empresas que faziam parte do esquema.
A estimativa é que os dois grupos tenham deixado de declarar ao fisco um faturamento de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos. O suposto esquema, no entanto, atuava há mais tempo. Os investigados tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça Federal em Imperatriz. São suspeitos de sonegação fiscal, apropriação indébita previdenciária, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
A Folha não conseguiu localizar representantes dos investigados. Em um telefone registrado em nome da rede Frigo Stela (que, segundo as investigações, faz parte do esquema), em Imperatriz, um funcionário disse que ela foi desativada há dois anos e que no local há um açougue que apenas mantém o nome fantasia da empresa. Em outros frigoríficos investigados, ninguém atendeu aos telefonemas da reportagem.


Texto Anterior: Presidente do BB elogia nomeação de políticos
Próximo Texto: Mídia: Pearson e GE desistem de compra de "WSJ"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.