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Oito são presos suspeitos de sonegação em comércio de carne
Grupos podem ter deixado de declarar ao fisco pelo menos R$ 1,5 bilhão
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Oito pessoas foram presas
ontem numa operação da Receita Federal, realizada em parceria com a Polícia Federal, para desarticular dois grupos suspeitos de sonegação fiscal que
atuavam na área de comercialização de carne e de abate de gado nos Estados do Maranhão,
do Pará e do Tocantins.
A Operação Abatedouro, deflagrada na madrugada de ontem, cumpriu também 23 mandados de busca e apreensão
-dois nos municípios paulistas
de São José do Rio Preto e Fernandópolis. Um suspeito não
foi localizado e estava foragido
até o fim da tarde de ontem.
Segundo a Receita Federal
em Imperatriz (MA), sede dos
dois grupos, empresas fictícias
eram criadas, algumas registradas em nome de laranjas e outras com utilização de CPFs e
documentos falsos, que, além
de sonegar impostos, não recolhiam contribuição previdenciária dos trabalhadores.
Quando as empresas eram alvo da fiscalização da Receita
Federal, suas atividades eram
encerradas e novas empresas
de fachada eram registradas em
nomes de laranjas. Para manter
os esquema de sonegação, diz a
Receita, as empresas fictícias
eram abertas e fechadas rapidamente. A investigação identificou pelo menos 45 empresas
que faziam parte do esquema.
A estimativa é que os dois
grupos tenham deixado de declarar ao fisco um faturamento
de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões
nos últimos cinco anos. O suposto esquema, no entanto,
atuava há mais tempo. Os investigados tiveram a prisão
temporária decretada pela Justiça Federal em Imperatriz. São
suspeitos de sonegação fiscal,
apropriação indébita previdenciária, falsidade ideológica e
formação de quadrilha.
A Folha não conseguiu localizar representantes dos investigados. Em um telefone registrado em nome da rede Frigo
Stela (que, segundo as investigações, faz parte do esquema),
em Imperatriz, um funcionário
disse que ela foi desativada há
dois anos e que no local há um
açougue que apenas mantém o
nome fantasia da empresa. Em
outros frigoríficos investigados, ninguém atendeu aos telefonemas da reportagem.
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