São Paulo, sábado, 22 de julho de 2006

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MERCADO ABERTO

PIB maior deve complicar setor de energia

O novo atraso para o início de duas obras de usinas hidrelétricas no rio Madeira, em Rondônia, voltou a acender um sinal amarelo entre os grandes consumidores de energia no país.
Para várias entidades representantes de empresas eletrointensivas, a situação tende a ser confortável apenas se o Brasil continuar mostrando uma taxa de crescimento medíocre nos próximos anos.
Mantido o atual ritmo dos investimentos em hidrelétricas, acreditam, o Brasil deve torna-se cada vez mais dependente das termoelétricas.
Segundo análise elaborada pela consultoria MB Associados com base em estudo do Instituto de Energia da PUC-RJ, a demanda de energia elétrica atingirá entre 59 GW e 62 GW médios em 2010, levando em conta um crescimento econômico entre 4,4% e 5% ao ano. No ano passado, a capacidade de oferta era de 50 GW, 4 GW acima da demanda.
Do total de 35 GW médios de geração máxima prevista para entrar em operação até 2010, 81% apresentam algum tipo de restrição. Em 62% dos casos, as restrições são consideradas graves, como ausência de licença de instalação, descumprimento do prazo para início da obra e liminar judicial ou inviabilidade ambiental para o empreendimento.
Nesta semana, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), responsável pelo licenciamento das usinas do Madeira -fundamentais para equacionar a oferta futura- devolveu a Furnas e à Odebrecht o estudo de impacto ambiental por considerá-lo insatisfatório. O Ibama informa que as empresas ficaram de apresentar as correções na semana que vem.
Maurício Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), estatal de planejamento do setor, considera o contratempo "normal no processo". Sustenta que, pelos cenários da EPE, a oferta de energia crescerá 4% entre 2006 e 2011 (com um PIB médio de 5,3% ao ano) e 4,11% entre 2011 e 2016 (com um aumento do PIB de 5%, em média).

LUXO NO PULSO
O Brasil ganhou um novo grupo de relojoaria. Trata-se do italiano Sector, que acaba de desembarcar no país com modelos de marcas próprias como a Philipe Watch e a homônima Sector e outras licenciadas como Valentino, Moschino, Cavalli e PZero (de acessórios da Pirelli). O foco da empresa está no mercado de luxo do país. "Nossa expectativa é atingir, nos próximos dois anos, 10 mil relógios ao ano, vendidos em joalherias e relojoarias de todo o país", afirma Rafaello Quinto, diretor da Sector no Brasil. O escritório de São Paulo centraliza os negócios do grupo em toda a América do Sul.

AO PÉ DO OUVIDO
De olho nas "limitações que a idade traz", o Centro Auditivo Telex, uma empresa da dinamarquesa Oticon, acaba de lançar uma linha de aparelhos auditivos para os novos usuários, que são, na verdade, usuários novos: pessoas com mais de 50 que têm uma vida profissional muito agitada e já admitem ter problemas de audição. Com um investimento de US$ 41 milhões e dois anos de pesquisa, a empresa criou um produto que alia alta tecnologia em tamanho reduzido e design diferente. "É para iniciantes, é para não ter vergonha de usar", afirma Morten Hellberg, presidente do Centro Auditivo Telex, sobre o aparelho que foi lançado com diversas cores e estampas.

CLUBES NA MIRA
O Procon-SP está de olho nos clubes de lazer que cobram ex-sócios após dívidas prescritas. O novo Código Civil, de 2002, estabeleceu em um de seus artigos que a prescrição de uma dívida poderia ser determinada pelas partes, em vez de prescrever ao passar de dois ou cinco anos, como determinada anteriormente. Com isso, os clubes pegaram dívidas antigas de ex-sócios e passaram a cobrá-los. A partir de fevereiro, no entanto, o artigo 194 do Código Civil foi revogado e os clubes não podem mais cobrar dívidas prescritas. O Procon-SP informa que isso é caracterizado como prática abusiva e pode resultar em multas de R$ 212 a R$ 3 milhões.

EM OBRAS
A Caixa Econômica Federal está financiando a construção de cinco centrais hidrelétricas na região Centro-Oeste. O investimento, de R$ 295,7 milhões, vem do FAT e do BNDES.

PODER VERMELHO
A China deve ocupar o posto de potência mundial em 2026. A previsão foi feita por uma comissão organizada pela agência de soluções de inteligência GMI, com 10 mil pesquisados em dez países. De acordo com o estudo, a Índia ficará em segundo lugar e os Estados Unidos ocuparão a vice-liderança econômica mundial. Os motivos que levaram a China ao pódio são o enorme tamanho de sua população (para 88% dos pesquisados) e o custo da mão-de-obra (83%). Já a Índia foi eleita pela língua inglesa (83%). Entre os pesquisados, os coreanos são os que mais apostam na China -a parcela chega a 68%. O Brasil teve 709 pesquisados -51% apostam que a China será a potência mundial.

TV PAGA
O segmento de TV paga se reúne em São Paulo a partir de 1º de agosto na ABTA 2006, uma das principais feiras e congressos de TV por assinatura da América Latina. No dia 2, o foco estará voltado pra as perspectivas políticas e econômicas para o próximo ano, em debate com participação de Manoel Horácio Francisco da Silva, presidente do Banco Fator, Luís Nassif e Franklin Martins.

ANOREXIA
A Anfarmag, que representa 70% das farmácias de manipulação e 10 mil farmacêuticos profissionais, acaba de lançar o "Guia Farmacoterapia da Obesidade" para aumentar a segurança na prescrição de anoréxicos. Segundo a ONU, o Brasil é detentor da maior relação de consumo de anfetaminas controladoras do apetite, por grupo de mil habitantes. O guia é voltado para médicos e farmacêuticos.

GUIA DA 25
A Univinco (união de lojistas da região da rua 25 de Março) lança em outubro um guia para consumidores da região. O guia, que será vendido a um preço entre R$ 9,90 e R$ 12,90, terá informações sobre lojas, restaurantes, estacionamentos e bancos das redondezas. A Univinco representa 2.500 lojas, com faturamento estimado de R$ 5 bilhões ao ano.

SEGURANÇA 1
A Secretaria Nacional de Segurança Pública investiu no equipamento dos bombeiros. Foram gastos R$ 5,4 milhões em desencarceradoras (tesouras hidráulicas para cortar veículos acidentados e auxiliar resgates).

SEGURANÇA 2
O grupo Cipa Feira e Congresso promove, de 23 a 25 de agosto, em SP, a feira de segurança Fisp, com mais de 450 empresas, equipamentos e serviços para a prevenir acidentes de trabalho.



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