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Furlan critica
Fazenda por
querer CPMF
de exportador
DOS ENVIADOS A CÓRDOBA
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan,
mostrou-se irritado ontem ao
comentar as negociações internas do governo federal em torno do pacote cambial a ser
anunciado no início da semana
que vem pela Fazenda.
Em rápida entrevista em
Córdoba, na Argentina, onde
participou de reunião do Mercosul, Furlan fez críticas indiretas à iniciativa do colega Guido Mantega (Fazenda) de buscar a qualquer custo um meio
jurídico para cobrar CPMF sobre os dólares que as empresas
exportadoras poderão deixar
no exterior.
"Medidas cambiais são para
estimular as exportações. É para isso que elas existem. Não se
pode perder o foco", afirmou o
ministro, demonstrando impaciência ao tratar do tema.
Estudo feito pelo Ministério
do Desenvolvimento, encomendado justamente para contrapor Mantega, estimou a perda de arrecadação em R$ 205
milhões por ano, caso a CPMF
não seja cobrada. O ministro da
Fazenda não quer abrir mão da
cobrança.
Já a Receita Federal, em atrito com Furlan, prevê perda
anual de R$ 1 bilhão se o governo autorizar que os dólares recebidos em pagamento pelas
exportações fiquem lá fora.
Ontem, mesmo contrariado a
tratar do tema, Furlan deu seu
recado. Primeiro, defendeu o
estudo de sua pasta. "Não é
uma estimativa, e sim um estudo sério." A seguir, em mais
uma alfinetada em Mantega,
disse que o presidente Lula é o
"único responsável" pelo anúncio do pacote. E, para completar, sugeriu que o governo evite
preocupações só com a CPMF.
Ontem, Furlan também voltou a cobrar que a Argentina
elimine as restrições das exportações brasileiras ao país, como
as cotas vigentes para a venda
de geladeiras. "A Argentina
passa por um momento de
prosperidade." E disse compreender a resistência do setor
privado do vizinho. "Empresário sempre quer proteção, sempre quer colinho."
(ES E FM)
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