São Paulo, domingo, 22 de julho de 2007

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"Atividade solidária se profissionalizou"

Paul Singer, secretário nacional, diz que estão surgindo no país cooperativas de profissionais liberais e de nível superior

Economista e um dos fundadores do PT, ele afirma que as taxas de desemprego no governo Lula ainda continuam elevadas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O economista Paul Singer, 75, um dos fundadores do PT, foi o idealizador da Secretaria Nacional de Economia Solidária, que hoje comanda.
Para ele, as taxas de desemprego no país ainda são muito elevadas, e a economia solidária deixou de ser uma "falta de opção". Veja abaixo os principais trechos da entrevista.  

FOLHA - A economia solidária surgiu como uma alternativa ao desemprego?
PAUL SINGER
- A origem da economia solidária foi nos anos 80 e 90, com grande crise de desemprego e exclusão social. A partir daí começa a haver também uma opção pela economia solidária nos seus méritos, e não só por falta de opção. Estão surgindo cooperativas de pessoas que se formam em universidades, cooperativas de profissionais liberais, e há as cooperativas que recuperam empresas que estavam falidas ou estavam em crise.

FOLHA - A opção é uma tendência?
SINGER
- Eu acredito que sim, sobretudo se o governo do presidente Lula tiver êxito em reduzir o desemprego. Ele já teve algum êxito nisso, mas ainda o desemprego está muito grande.
Mas, se o crescimento da economia se acelerar e se houver redistribuição da renda, como já está havendo, é provável que no final do segundo mandato o desemprego ceda. Nesse caso, a economia solidária será cada vez mais uma opção.

FOLHA - Cerca de um terço dos empreendimentos é informal. Como trazê-los para a formalidade?
SINGER
- Já há uma medida que eu espero que tenha esse resultado, que é a lei do Supersimples. A lei reduz muito as exigências burocráticas para registro e fechamento de empreendimentos, reduz a carga tributária, facilita o processo de venda para o governo, favorece a obtenção de crédito e assistência tecnológica.

FOLHA - Quais são as dificuldades para criar um empreendimento solidário?
SINGER
- Depende do grau de informação da pessoa, mas existem hoje muitas entidades que estão nos apoiando e que estão prontas para dar toda a assistência e acompanhamento. As incubadoras universitárias de cooperativas populares são um exemplo. Hoje mais de 60 universidades brasileiras têm esses projetos de incubadoras, e a associação que precisa de orientação vai às incubadoras. Além disso, há outras entidades, como ONGs, que fazem o mesmo trabalho.


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