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COMUNICAÇÕES
Associação que representa as atuais operadoras enviou carta ao ministério pedindo mudanças no texto
Entidades criticam editais para TV paga
ELVIRA LOBATO
da Sucursal do Rio
As minutas dos editais de concorrência para a venda de concessões de TV paga por cabo e por microondas (MMDS), colocadas em
discussão pública pelo Ministério
das Comunicações, receberam
muitas críticas do mercado.
A ABTA (Associação Brasileira
de Televisão por Assinatura), que
representa as atuais operadoras
-como Multicanal, Globo, RBS e
TVA- e a Abraforte (Associação
Brasileira de Fornecedores de
Equipamentos de TV por Assinatura) enviaram cartas ao ministério pedindo mudanças no texto.
O edital para MMDS (sistema
que permite a transmissão de até
31 canais) não fixa limite para participação estrangeira, enquanto as
concessões para TV a cabo só podem ser adquiridas por empresas
que tenham pelo menos 51% de
suas ações com direito a voto em
poder de brasileiros.
Como a restrição a estrangeiros
na TV a cabo foi aprovada em lei,
as duas entidades querem que o
governo adote o mesmo percentual para a TV por microondas.
A decisão do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, de estimular o ingresso de empresas que
não possuam outras concessões
está sendo bombardeada pelos
grupos que já ocupam o mercado.
Pelo edital, quem não tiver nenhuma concessão de serviços de
telecomunicações -seja de rádio,
TV convencional ou paga, "paging", telefonia e outros- ganha
dez pontos na avaliação técnica.
Os pontos vão diminuindo na
proporção do número de concessões possuídas. A partir de 14 concessões, o candidato não ganha
nenhum ponto nesse quesito.
Concessões divididas
A ABTA, segundo seu presidente, Roger Karman, é contra o critério. Segundo ele, a fórmula adotada pelo governo impede os grupos
que estão no mercado de obter novas licenças em cidades com menos de 300 mil habitantes.
As concessões de TV paga são divididas em três categorias: A (para
cidades com menos de 300 mil habitantes), B (cidades entre 300 mil
e 700 mil) e C (mais de 700 mil).
Na primeira, o vencedor será escolhido por uma fórmula na qual a
nota técnica pesa 70% e valor da
concessão pesa 30%.
Na categoria B, nota técnica e
preço da concessão têm o mesmo
peso. Nas grandes cidades, porém,
a equação se inverte e o valor da
concessão pesa 70%.
A ABTA fez várias simulações
matemáticas e concluiu que a empresa que deixar de ganhar dez
pontos na nota técnica perderá a
concorrência nas cidades menores, independentemente do preço
que ela oferecer pela concessão.
O edital também estabelece o limite, por empresa, de sete concessões para cidades com população
superior a 700 mil habitantes e de
12 concessões para cidades entre
300 mil e 700 mil habitantes.
Ocorre que a restrição só vale para locais onde não exista competição entre sistemas de TV paga, o
que reduz seu efeito prático.
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