São Paulo, sexta, 22 de agosto de 1997.



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TELECOMUNICAÇÕES
Persiste dúvida sobre interconexão de redes
AT&T pede regras claras para celular

da Sucursal do Rio

O presidente da AT&T do Brasil, Omar Carneiro da Cunha, disse ontem que, se o governo privatizar a rede pública de telefonia junto com o serviço celular das estatais, estará fazendo uma "mudança drástica" nas regras para as concessões do celular privado (banda B).
Segundo o executivo, a AT&T fez suas propostas de preço para compra das concessões confiante de que a rede pública de telefonia seria privatizada à parte do serviço celular das estatais.
Cunha disse se preocupar com notícias de que o governo cogita vender os dois sistemas em conjunto. Afirmou que, se a AT&T soubesse disso, teria sido mais "cautelosa" nas suas propostas.
Segundo ele, as empresas que forem explorar a banda B vão depender da rede básica de telefonia para completar suas ligações.
Disse que, se a empresa que comprar a rede básica ficar também com o celular das estatais, tenderá a não ser "tão amável" com seu concorrente da banda B.
O executivo disse que o consórcio TT-2 -formado pela AT&T, Globo, Bradesco e Stet- consultou formalmente a comissão especial de licitação da banda B, do Ministério das Comunicações, sobre o modelo de privatização das estatais.
Segundo ele, a comissão respondeu que a rede básica e o serviço celular seriam vendidos em separado.
O presidente da AT&T disse que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que vai fiscalizar e regulamentar o mercado de telecomunicações, precisará de muito poder para forçar as empresas que estão no mercado a abrir espaço para os novos concorrentes.
Disse que o Brasil não tem tradição de órgãos reguladores fortes e que a Anatel continuará vinculada ao ministério.
"O ministro Motta queria um agência independente, mas a legislação não permite uma autarquia independente", afirmou.
Segundo ele, em todos os países que abriram seus mercados há resistência das antigas operadoras a oferecer interconexão aos novos concorrentes.



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