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Trabalhador faz protesto na DaimlerChrysler
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os trabalhadores da DaimlerChrysler (dona da marca Mercedes-Benz) fizeram ontem paralisação de duas horas em São Bernardo do Campo e podem entrar
em greve na próxima semana por
causa de 656 demissões que a empresa quer fazer. Os cortes fazem
parte de um plano de reestruturação anunciado pela montadora
para reduzir custos.
A paralisação de ontem atingiu
o setor de compras e de atendimento de fornecedores. Cerca de
150 funcionários administrativos
fizeram uma passeata interna na
fábrica, das 8h às 10h.
Segundo a comissão de fábrica
da empresa, na sexta-feira a montadora convocou 656 dos 9.600
empregados informando que
seus nomes constavam de uma
lista de demissão. São empregados ligados a áreas de apoio à produção e administrativos. "As chefias convocaram nominalmente
os empregados dizendo que poderiam aderir a um voluntariado
até 31 de agosto ou seriam demitidos a partir de setembro", disse o
coordenador da comissão, Valter
Sanches. "Não existe nem sequer
PDV." A empresa confirmou a
paralisação de ontem, mas negou
que os trabalhadores estão sendo
pressionados a aderir o voluntariado. Segundo a assessoria, os gerentes esclareceram aos operários
como será a reestruturação.
A Folha conversou por telefone
com dois operários que contaram
que foram convidados por seus
gerentes a aderirem ao PDV. Eles
preferiram não se identificar, pois
temem represálias. "Fui chamado
porque meu nome estava na lista,
mas não detalharam qual foi o critério. Tenho mais de dez anos de
empresa, uma filha de seis meses
e uma mulher desempregada há
mais de um ano", disse A., operador do setor de logística de eixos.
"Qual a economia que a empresa
vai fazer demitindo quem tem salário de R$ 1.500?", disse L., técnico de manutenção, que disse estar
na lista de demissões.
Os funcionários da empresa
Rolls-Royce, de São Bernardo,
podem parar a partir de hoje. Na
última sexta-feira, a fábrica dispensou 27 dos seus 300 empregados. Entre os demitidos estão trabalhadores com estabilidade no
emprego. Procurada, a empresa
não se manifestou.
A direção da Volkswagen confirmou ontem que vai estender a semana reduzida, com jornada de quatro dias, no mês de setembro para os trabalhadores das unidades de Taubaté e São Bernardo do Campo.
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