São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

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COMBUSTÍVEIS

Estatal segura o preço da gasolina, que não sobe desde junho; para analista, abertura do setor fica em xeque

Petrobras não repassa altas de dólar e óleo

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Caso a Petrobras seguisse à risca a política de preços livres dos combustíveis que vigorou na primeira metade do ano, o preço da gasolina vendida pela estatal não estaria estável desde 30 de junho, quando foi reajustado em 6,75%.
Segundo levantamento feito pela Folha, de 1º de julho até o dia 20 deste mês o preço do óleo tipo Brent, usado como referência para as importações da estatal, subiu 6,06%, passando de US$ 25,71 para US$ 27,27 por barril. No período, a cotação do dólar em relação ao real subiu 6,89%, passando de R$ 2,90 para R$ 3,10.
A explicação oficial da empresa para a estabilidade de preços das últimas semanas é a de que aguarda a passagem do momento de volatilidade, no câmbio e no mercado de petróleo, para saber que rumo tomar.
"O modelo de abertura está cada vez mais sendo comprometido", disse o analista Adriano Pires Rodrigues, da consultora Centro Brasileiro de Infra-Estrutura e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Rodrigues afirmou que até é verdadeira a análise de que o momento é de volatilidade. "Seria uma irresponsabilidade repassar para os preço a alta do dólar para R$ 3,50, como chegou a ocorrer."
Para o analista, os interesses políticos estão sendo sobrepostos aos técnicos, comprometendo a política de livre mercado que entrou em vigor no começo do ano.

Política "conservadora"
Segundo o ministro Francisco Gomide (Minas e Energia), a Petrobras será "conservadora" na sua política de preços. Para Gomide, a empresa "saberá avaliar a conveniência de mexer em preços numa época de relação cambial irrealista". "Tenho confiança absoluta no discernimento e na capacidade de tomar decisões acertadas da Petrobras."


Colaborou a Sucursal de Brasília


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