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COMBUSTÍVEIS
Estatal segura o preço da gasolina, que não sobe desde junho; para analista, abertura do setor fica em xeque
Petrobras não repassa altas de dólar e óleo
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Caso a Petrobras seguisse à risca
a política de preços livres dos
combustíveis que vigorou na primeira metade do ano, o preço da
gasolina vendida pela estatal não
estaria estável desde 30 de junho,
quando foi reajustado em 6,75%.
Segundo levantamento feito pela Folha, de 1º de julho até o dia 20
deste mês o preço do óleo tipo
Brent, usado como referência para as importações da estatal, subiu
6,06%, passando de US$ 25,71 para US$ 27,27 por barril. No período, a cotação do dólar em relação
ao real subiu 6,89%, passando de
R$ 2,90 para R$ 3,10.
A explicação oficial da empresa
para a estabilidade de preços das
últimas semanas é a de que aguarda a passagem do momento de
volatilidade, no câmbio e no mercado de petróleo, para saber que
rumo tomar.
"O modelo de abertura está cada vez mais sendo comprometido", disse o analista Adriano Pires
Rodrigues, da consultora Centro
Brasileiro de Infra-Estrutura e
professor da UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro).
Rodrigues afirmou que até é
verdadeira a análise de que o momento é de volatilidade. "Seria
uma irresponsabilidade repassar
para os preço a alta do dólar para
R$ 3,50, como chegou a ocorrer."
Para o analista, os interesses políticos estão sendo sobrepostos
aos técnicos, comprometendo a
política de livre mercado que entrou em vigor no começo do ano.
Política "conservadora"
Segundo o ministro Francisco Gomide (Minas e Energia), a Petrobras será "conservadora" na sua política de preços. Para Gomide, a empresa "saberá avaliar a conveniência de mexer em preços numa época de relação cambial
irrealista". "Tenho confiança absoluta no discernimento e na capacidade de tomar decisões acertadas da Petrobras."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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