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Nem se "fizer lição" AL terá alívio em 2003, diz agência britânica
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A América Latina permanecerá
como área de alto risco para investidores em 2003 mesmo se forem atendidas as premissas consideradas essenciais pelo mercado,
diz a EIU (Economist Intelligence
Unit), braço de análises do grupo
que edita a ""The Economist".
Em relatório divulgado ontem,
a consultoria diz que a razão para
o pessimismo são as deficiências
estruturais dos países da região.
Nesse item, enumera como principais o baixo nível de poupança
interna e de arrecadação de impostos, a alta exposição de dívida
em dólares e, principalmente, o
déficit nas contas dos governos.
O documento aponta que a AL
estará diante de sérios desafios
nos próximos cinco anos. Em
parte porque, afirma a EIU, o cenário internacional continuará
incerto em 2003, devido às evidências de que a recuperação da
economia dos EUA será lenta e à
instabilidade no mercado financeiro -ora agravada pela iminente ação militar no Iraque.
A América Latina, segundo o relatório, ainda precisa financiar
cerca de 60% do déficit em conta
corrente com dinheiro externo.
Mas os investimentos diretos estrangeiros na região (que cobrem
o déficit) caem de forma contínua
desde 1998. O caso do Brasil é emblemático: a previsão do BC é de
US$ 18 bilhões de investimentos
para este ano- no ano passado
foram US$ 22,636 bilhões.
Em contrapartida, a expansão
do Produto Interno Bruto latino-americano não supera a média de
1,2% por ano desde 1998 (já incluída a previsão para este ano).
Os compromissos externos da
AL, segundo a EIU, serão da ordem de US$ 80 bilhões por ano
pelos próximos cinco anos. Como
os investimentos estrangeiros diretos não ultrapassarão a média
de US$ 50 bilhões por ano, os governos serão obrigados a contrair
""substancial quantidade de dívida
nova" para cobrir seus déficits.
A relação dívida externa-PIB da
América Latina, de acordo com o
organismo, ficará acima de 40%
no período 2003-2006, contra a
média de 28% dos países emergentes da Ásia e 25% do Leste Europeu. Por conta disso, países como o Brasil e a ""problemática"
Argentina serão forçados a obter
superávits nas exportações para
pagar os juros de suas dívidas.
Curioso é que a agência informa
que as previsões partem do pressuposto de que serão confirmados ""eventos chaves" -entre
eles, o fechamento de um acordo
Argentina-FMI e que o presidente
a ser eleito no Brasil ""adote uma
política econômica ortodoxa".
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