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Dívida interna com correção pelo dólar já subiu R$ 63,4 bi neste ano
LEONARDO SOUZA
MARIANA MAINENTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dívida interna corrigida pela variação do dólar já aumentou R$ 63,4 bilhões neste ano, para R$ 249,84 bilhões, devido principalmente à elevação da cotação da moeda americana em relação ao real.
Em janeiro deste ano, a parcela da dívida cambial correspondia a 29,36% do estoque total da dívida mobiliária federal. No mês passado, de acordo com dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, a participação subiu para
37,05%. De junho para julho, o incremento na dívida cambial foi de
R$ 33 bilhões.
A dívida pública total no mês passado alcançou R$ 674,40 bilhões, com aumento de 3,15% em relação a junho, quando estava em R$ 653,75 bilhões. O crescimento não foi maior no período porque o BC resgatou R$ 18,6 bilhões, líquidos (descontada a emissão de novos papéis), em títulos públicos federais.
O prazo médio da dívida permaneceu estável. De 32,86 meses em junho, caiu para 32,58 meses. A parcela da dívida de curto prazo (com vencimento em até 12 meses), no entanto, aumentou. A participação no total da dívida era de 34,92% em junho. Em julho, subiu para 36,60%.
O chefe do Departamento de Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldenstein, espera que a participação da dívida cambial caia neste mês. Segundo ele, o
saldo da dívida em dólar subiu muito em julho porque o preço médio (Ptax, calculado pelo BC) do câmbio no encerramento do mês ficou muito alto, em R$ 3,4284 por dólar.
Como ele espera que a cotação da moeda americana fique em um
nível mais baixo neste mês, a parcela da dívida cambial diminuiria
proporcionalmente. Segundo ele, a dívida cambial já caiu R$ 28,3 bilhões neste mês. O preço médio está em R$ 3,0923 neste mês.
Além disso, ressaltou Goldenstein, o BC já retirou neste mês R$
5,21 bilhões em títulos corrigidos pela variação do dólar. De R$
9,954 bilhões (sem contar a correção pelos juros) de papéis cambiais que venceram neste mês (não há mais vencimento desse tipo de título em agosto), o BC renovou apenas R$ 4,74 bilhões.
Proteção cambial
No mês passado, o BC também retirou do mercado parcela significativa do total de vencimentos da dívida atrelada ao dólar. Venceram em julho R$ 10,4 bilhões de
dívida cambial (sem contar a correção pelos juros). Mas o BC só renovou R$ 8,3 bilhões. Ou seja, resgatou líquidos R$ 2,1 bilhões.
A dívida atrelada ao câmbio inclui as operações de "swap" cambial (transação feita no mercado futuro que garante correção em dólar ao investidor) realizadas pelo BC. Toda a rolagem dos papéis cambiais feita pelo BC no mês
passado foi com "swap" cambial.
Segundo Goldenstein, o BC não tem precisado rolar toda a dívida em dólar porque não tem havido procura por proteção cambial ("hedge"). Uma das formas de
proteção é comprar títulos públicos federais corridos pelo dólar
ou fazer o "swap" cambial. "Não rolamos tudo [a dívida atrelada
ao dólar] em julho porque a demanda por "hedge" está fraca."
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