São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Dólar cai 0,65%, para R$ 3,08, e Bolsa sobe 1,88%; risco Brasil acumula baixa de 10,2% na semana

Decisão do Copom não surpreende investidor

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar caiu mais 0,65% ontem e fechou negociado a R$ 3,08 para a venda. Na semana, a moeda norte-americana acumula queda de 1,44%. Em quatro pregões seguidos de queda, o que não ocorria há um mês e meio, a baixa é de 3,9%. O Banco Central interveio no mercado ontem vendendo dólares. O risco-país, calculado pelo banco JP Morgan, caiu 6,9%, para 1.877 pontos. Na semana, o indicador acumula queda de 10,2%.
A principal notícia do dia foi a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, que manteve os juros brasileiros inalterados em 18% ao ano e adotou o viés de baixa para a taxa.
A decisão já era esperada pelo mercado. Analistas dizem acreditar que a cotação do dólar poderá influir na utilização ou não do viés: "O dólar é, agora, a principal variável a ser acompanhada", afirma Rodrigo Wanderley, da Ágora Sênior.
Ele avalia, ainda, que se o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do BC, Armínio Fraga, tiverem sucesso em suas conversas com investidores internacionais na semana que vem, o mercado cambial poderá se acalmar.
"Se as linhas de crédito externo para o Brasil forem reativadas, a liquidez deverá voltar ao mercado e o dólar terá espaço para cair abaixo de R$ 3. Nesse caso, o BC poderá mudar os juros antes da próxima reunião do Copom", afirmou Wanderley.
O volume de negócios com o câmbio continuou abaixo da normalidade -o mercado movimentou cerca de US$ 800 milhões ontem. O mercado também aguarda, para a semana que vem, a divulgação das primeiras pesquisas eleitorais após o início do horário político na televisão.
A expectativa é por um melhor desempenho do candidato do governo, José Serra (PSDB). Serra é o candidato do mercado por ser associado à continuidade da atual política econômica.
No mercado futuro, as projeções para os juros tiveram uma variação mínima. Os contratos para janeiro do ano que vem, que concentram o maior número de negócios, caíram de 21,78% para 21,74%.
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o dia em alta de 1,88%, em 9.437 pontos. O giro financeiro voltou aos níveis da média diária dos últimos meses, ficando em R$ 604,486 milhões.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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