São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Petróleo caro ameaça lucro das empresas

DO "FINANCIAL TIMES"

Embora os preços do petróleo sejam uma preocupação para a maior parte dos setores empresariais, os maiores desafios surgirão nas áreas dos transportes, linhas aéreas e na indústria química.
O setor mundial de transporte aéreo pode entrar em um quarto ano sucessivo de prejuízos, a despeito do aumento no volume de passageiros.
A Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) alertou de que os preços atuais do petróleo elevariam em US$ 15 bilhões os custos do setor ao longo dos próximos 12 meses.
As companhias que vendem produtos químicos básicos, ao adquirir matéria-prima diretamente das empresas petroleiras, ainda não estão sofrendo com os preços mais altos porque podem repassar seus custos com mais facilidade. Mas Campbell Gillies, analista do Deutsche Bank, disse que as empresas que transformam produtos químicos básicos em produtos especializados encontram dificuldades para repassar custos aos consumidores em mercados como o automotivo, o de construção civil, o de bens de consumo e o de fibras. "Os clientes relutam seriamente em aceitar aumentos de preços, em um ambiente de baixa inflação."
Chip Dickson, estrategista do Lehman Brothers, disse que a disparada nos preços do petróleo era "um grande custo adicional de insumos" para os setores dependentes, como o de aviação, mas representava um "tributo adicional" para a economia mais ampla. "É parte daquilo que as pessoas precisam para continuar funcionando a cada dia. Se os seus custos de aquecimento doméstico e viagens sobem, sua capacidade de consumo discriminado se reduz. E isso claramente representa uma preocupação em termos de lucros empresariais", afirmou.
O petróleo beirou os US$ 50 na sexta-feira e fechou o dia cotado a US$ 47,86 em Nova York.
Dickson espera que um aumento duradouro da ordem de US$ 10 por barril no preço do petróleo reduza o crescimento dos lucros entre as empresas que compõem o índice de ações Standard & Poor's 500 em 3%, de 2004 para 2005.


Tradução de Paulo Migliacci


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