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Investimento externo encosta em US$ 20 bilhões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto estrangeiros fogem da Bovespa, os investimentos para o setor produtivo
se mantiveram em níveis elevados em julho e são a esperança
do governo para financiar o
crescente déficit registrado pelas contas externas do país.
Segundo dados do Banco
Central, o chamado investimento estrangeiro direto -dinheiro direcionado à aquisição
ou à ampliação da capacidade
produtiva de empresas instaladas no país- somou US$ 3,240
bilhões no mês passado, levando o saldo acumulado no ano
para US$ 19,942 bilhões.
Por outro lado, o volume de
capital externo direcionado à
compra de ações na Bovespa
tem diminuído. No mês passado, estrangeiros retiraram US$
3,779 bilhões da Bolsa, reduzindo o ingresso acumulado até julho para US$ 1,388 bilhão.
O chefe do Departamento
Econômico do BC, Altamir Lopes, diz que é possível que parte
do dinheiro que sai da Bovespa
possa estar só migrando para
aplicações de renda fixa. Mais
rentáveis por causa da recente
alta dos juros, esse tipo de investimento recebeu US$ 4,169
bilhões em capital estrangeiro.
Sobre os investimentos diretos, Lopes afirma que o ingresso desse tipo de capital tem sido
suficiente para compensar todo o déficit em transações correntes observado neste ano, sinal de que a situação das contas
externas não deve ser motivo
de preocupação. "O resultado
[negativo] tem sido financiado
pelo investimento estrangeiro
direto, que são recursos que
têm caráter de longo prazo."
Já o economista Fabio Kanczuk, professor da USP, ressalta
que, embora a situação deste
ano pareça estar sob controle,
há riscos para o financiamento
do déficit externo a partir de
2009. "Mantendo o ritmo
atual, no ano que vem [o déficit
em transações correntes] chega a US$ 50 bilhões, e aí não há
investimento que compense."
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