São Paulo, sábado, 22 de agosto de 2009

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Bolsa tem maior nível em quase 13 meses

No ano, alta da Bovespa chega a 54%; investidor estrangeiro já contabiliza ganho, em dólares, de quase 100% desde janeiro

Com sinais de reaquecimento da economia global, barril do petróleo avança e chega a US$ 74, cotação mais elevada desde outubro de 2008


DA REPORTAGEM LOCAL

O resultado de ontem não foi tão expressivo, mas acabou por conduzir a Bovespa a seu mais elevado patamar em quase 13 meses. Com alta de 1,58%, a Bolsa alcançou os 57.728 pontos, o mais elevado nível desde o fim de julho de 2008.
O mercado internacional encerrou a semana em clima positivo, embalado pelo discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), além de dados animadores no setor imobiliário norte-americano.
As Bolsas de Valores reagiram com alta nos principais centros financeiros: em Nova York, houve valorização de 1,67% no índice Dow Jones; Londres subiu 1,98%.
"A venda de casas existentes nos Estados Unidos surpreendeu positivamente o mercado e subiu pelo quarto mês seguido. O resultado ficou bem acima das estimativas. Comparado com o pico do boom imobiliário, o patamar das vendas ainda é bem baixo, mas nos últimos meses a tendência de recuperação ficou mais clara", afirmou José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
O movimento de melhora também deu impulso às commodities. O petróleo subiu 1,34%, para ser cotado a US$ 73,89 em Nova York.
O petróleo mais caro acaba por elevar a atratividade das ações da Petrobras, que ontem ganharam 2,03% (ordinárias) e 1,75% (preferenciais).
A cotação do petróleo de ontem foi a mais elevada desde outubro do ano passado.
Em seu discurso, Bernanke se mostrou confiante em relação à recuperação da economia americana e mundial. Se a economia volta a ganhar fôlego, o consumo de petróleo tende a se expandir, o que acaba por se refletir em seu preço.
A apreciação das commodities metálicas atraiu investidores para os papéis de empresas de siderurgia e mineração. A ação preferencial "A" da Vale teve elevação de 2,24%; Usiminas PNA subiu 3,09%; e Gerdau PN se apreciou 1,65%.
No acumulado da semana, a Bovespa contabilizou uma alta de 1,92%. Houve 41 apreciações entre as 64 ações que formam o índice Ibovespa, o mais importante do mercado local.
O resultado positivo da semana levou a Bolsa a uma valorização acumulada no ano de 53,74%. Em dólares, o estrangeiro viu seu dinheiro aplicado na Bovespa dar um salto de 96,36% apenas em 2009.
Apesar desse ganho elevado, o investidor estrangeiro não tem se desfeito das ações brasileiras para embolsar lucros já acumulados. O balanço das operações da categoria no mês estava positivo em R$ 1,25 bilhão, no dia 18. Isso mostra que a categoria, que é a que mais negocia na Bolsa, tem mais comprado que vendido ações.

Câmbio e juros
O dólar, apesar de ter se mantido acima da mínima atingida no mês, de R$ 1,81, registrou mais um dia de baixa. A moeda norte-americana fechou ontem em baixa de 0,65%, vendida a R$ 1,831.
No mês, o dólar registra depreciação de 1,82% diante do real. No ano, a baixa da moeda está em 21,55%.
Com o câmbio controlado, um dos pontos de pressão inflacionária fica neutralizado, o que fortalece o cenário de taxas de juros baixas.
No segmento de juros da BM&FBovespa, as taxas futuras têm oscilado pouco, principalmente nos contratos que vencem em até seis meses.
No contrato DI -que mostra as projeções para os juros- com prazo de resgate no fim do ano, a taxa fechou ontem a 8,62%. No começo do mês, o papel tinha taxa de 8,64%.
Para o fim de 2010, a taxa recuou de 9,84% no início de agosto para 9,67% ontem.
O que esses números indicam é que o investidor espera que a taxa básica Selic seja mantida nos atuais 8,75% até o fim deste ano. Já em 2010, a taxa de juros definida pelo Banco Central poderá, segundo o mercado, sofrer alguma elevação. (FABRICIO VIEIRA)


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