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Bolsa tem maior nível em quase 13 meses
No ano, alta da Bovespa chega a 54%; investidor estrangeiro já contabiliza ganho, em dólares, de quase 100% desde janeiro
Com sinais de reaquecimento da economia global, barril do petróleo avança e chega a US$ 74, cotação mais elevada desde outubro de 2008
DA REPORTAGEM LOCAL
O resultado de ontem não foi
tão expressivo, mas acabou por
conduzir a Bovespa a seu mais
elevado patamar em quase 13
meses. Com alta de 1,58%, a
Bolsa alcançou os 57.728 pontos, o mais elevado nível desde
o fim de julho de 2008.
O mercado internacional encerrou a semana em clima positivo, embalado pelo discurso de
Ben Bernanke, presidente do
Fed (Federal Reserve, o banco
central dos EUA), além de dados animadores no setor imobiliário norte-americano.
As Bolsas de Valores reagiram com alta nos principais
centros financeiros: em Nova
York, houve valorização de
1,67% no índice Dow Jones;
Londres subiu 1,98%.
"A venda de casas existentes
nos Estados Unidos surpreendeu positivamente o mercado e
subiu pelo quarto mês seguido.
O resultado ficou bem acima
das estimativas. Comparado
com o pico do boom imobiliário, o patamar das vendas ainda
é bem baixo, mas nos últimos
meses a tendência de recuperação ficou mais clara", afirmou
José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
O movimento de melhora
também deu impulso às commodities. O petróleo subiu
1,34%, para ser cotado a US$
73,89 em Nova York.
O petróleo mais caro acaba
por elevar a atratividade das
ações da Petrobras, que ontem
ganharam 2,03% (ordinárias) e
1,75% (preferenciais).
A cotação do petróleo de ontem foi a mais elevada desde
outubro do ano passado.
Em seu discurso, Bernanke
se mostrou confiante em relação à recuperação da economia
americana e mundial. Se a economia volta a ganhar fôlego, o
consumo de petróleo tende a se
expandir, o que acaba por se refletir em seu preço.
A apreciação das commodities metálicas atraiu investidores para os papéis de empresas
de siderurgia e mineração. A
ação preferencial "A" da Vale
teve elevação de 2,24%; Usiminas PNA subiu 3,09%; e Gerdau
PN se apreciou 1,65%.
No acumulado da semana, a
Bovespa contabilizou uma alta
de 1,92%. Houve 41 apreciações
entre as 64 ações que formam o
índice Ibovespa, o mais importante do mercado local.
O resultado positivo da semana levou a Bolsa a uma valorização acumulada no ano de
53,74%. Em dólares, o estrangeiro viu seu dinheiro aplicado
na Bovespa dar um salto de
96,36% apenas em 2009.
Apesar desse ganho elevado,
o investidor estrangeiro não
tem se desfeito das ações brasileiras para embolsar lucros já
acumulados. O balanço das
operações da categoria no mês
estava positivo em R$ 1,25 bilhão, no dia 18. Isso mostra que
a categoria, que é a que mais negocia na Bolsa, tem mais comprado que vendido ações.
Câmbio e juros
O dólar, apesar de ter se mantido acima da mínima atingida
no mês, de R$ 1,81, registrou
mais um dia de baixa. A moeda
norte-americana fechou ontem
em baixa de 0,65%, vendida a
R$ 1,831.
No mês, o dólar registra depreciação de 1,82% diante do
real. No ano, a baixa da moeda
está em 21,55%.
Com o câmbio controlado,
um dos pontos de pressão inflacionária fica neutralizado, o
que fortalece o cenário de taxas
de juros baixas.
No segmento de juros da
BM&FBovespa, as taxas futuras têm oscilado pouco, principalmente nos contratos que
vencem em até seis meses.
No contrato DI -que mostra
as projeções para os juros-
com prazo de resgate no fim do
ano, a taxa fechou ontem a
8,62%. No começo do mês, o
papel tinha taxa de 8,64%.
Para o fim de 2010, a taxa recuou de 9,84% no início de
agosto para 9,67% ontem.
O que esses números indicam é que o investidor espera
que a taxa básica Selic seja
mantida nos atuais 8,75% até o
fim deste ano. Já em 2010, a taxa de juros definida pelo Banco
Central poderá, segundo o
mercado, sofrer alguma elevação.
(FABRICIO VIEIRA)
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