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AGRONEGÓCIO
Stephanes descarta risco de queda no preço da soja
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
O ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes, disse
ontem, em Cuiabá, que não
acredita na possibilidade de
uma crise de preços no mercado de soja a partir da próxima safra e que a demanda
continuará "muito forte".
Segundo o ministro, não é
possível prever como se
comportará o câmbio, um
importante fator na determinação dos preços.
Analistas de mercado do
Brasil, Estados Unidos e Argentina, mencionaram anteontem durante a Bienal
dos Negócios da Agricultura
em Cuiabá, a possibilidade
de queda nos preços.
Entre os motivos do pessimismo apresentados pelos
analistas, estão a possibilidade de safras excelentes nos
três países, a demanda instável e mudanças na estratégia
comercial da China.
O analista americano Darin Newson, um dos participantes da mesa, estimou a
possibilidade de o preço à
vista do bushel de soja (medida americana que equivale
a 27,2 quilos) cair a US$ 6. O
brasileiro André Pessoa, da
Agroconsult, cogitou um piso de US$ 8 o bushel.
Stephanes, porém, não
acredita nessa possibilidade.
"Acho que o mundo vai continuar com demanda muito
forte em relação à soja. Agora, o que nós temos que analisar é qual vai ser de fato o
aumento da produção no
mundo", disse.
Segundo o ministro, se
houvesse um impacto nos
preços, ele já estaria acontecendo. "No caso do Brasil,
pode haver uma diminuição
da área de milho e compensação com soja, por exemplo", disse ele.
O analista André Pessoa,
considera que o risco de queda nos preços existe, mas disse discordar do cenário previsto pelo americano Darin
Newson. "Acho que chegaremos a um piso de US$ 8 o
bushel, o que é preocupante.
A soja comercializada a US$
6 seria uma catástrofe."
Na quarta, o ministro Stephanes anunciou a retomada
na próxima semana dos leilões para o escoamento da
produção agrícola, viabilizados a partir da liberação de
uma verba de R$ 1,5 bilhão.
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