São Paulo, sábado, 22 de agosto de 2009

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Risco institucional e câmbio levam Natura a sair da Venezuela

Controle estatal sobre moeda faz empresas paralisarem produção e derruba PIB venezuelano

DA BLOOMBERG

A Natura, maior fabricante de cosméticos do Brasil, está fechando suas operações de venda na Venezuela devido ao risco cambial e ao "desequilíbrio" das instituições, disse o principal executivo da empresa, Alessandro Carlucci.
"A decisão de sair da Venezuela foi porque o ambiente institucional estava muito desequilibrado", disse Carlucci anteontem à noite. A política cambial da Venezuela também contribuiu para a decisão da empresa, segundo o executivo. "O risco cambial é muito alto."
O governo da Venezuela fixou o câmbio a 2,15 bolívares por dólar desde 2005. Nas operações não regulamentadas, o bolívar ontem chegou a ser negociado a 6,54 por dólar.
A Natura vai levar de 30 a 60 dias para sair da Venezuela, disse Carlucci. A empresa vai continuar a operar em outros países da região, como Chile, Argentina, México, Peru Colômbia. As operações internacionais são responsáveis por 7% da receita da empresa.
Carlucci fez esses comentários no mesmo dia em que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, propôs a criação de um fundo com o Brasil para financiar projetos de desenvolvimento em ambos os países e fortalecer os laços entre eles.
O controle do governo sobre as divisas (as empresas têm que pedir aprovação estatal para adquirir dólares pelo câmbio oficial) fez com que empresas como a GM anunciassem nos últimos meses paralisação na produção, por não conseguirem importar matérias-primas.
A "menor disponibilidade de insumos de origem importada" foi um dos motivos apontados pelo BC venezuelano para a queda de 2,4% do PIB de abril a junho, após 22 trimestres seguidos de crescimento.


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