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Risco institucional e câmbio levam Natura a sair da Venezuela
Controle estatal sobre moeda faz empresas paralisarem produção e derruba PIB venezuelano
DA BLOOMBERG
A Natura, maior fabricante
de cosméticos do Brasil, está fechando suas operações de venda na Venezuela devido ao risco
cambial e ao "desequilíbrio"
das instituições, disse o principal executivo da empresa, Alessandro Carlucci.
"A decisão de sair da Venezuela foi porque o ambiente
institucional estava muito desequilibrado", disse Carlucci
anteontem à noite. A política
cambial da Venezuela também
contribuiu para a decisão da
empresa, segundo o executivo.
"O risco cambial é muito alto."
O governo da Venezuela fixou o câmbio a 2,15 bolívares
por dólar desde 2005. Nas operações não regulamentadas, o
bolívar ontem chegou a ser negociado a 6,54 por dólar.
A Natura vai levar de 30 a 60
dias para sair da Venezuela, disse Carlucci. A empresa vai continuar a operar em outros países da região, como Chile, Argentina, México, Peru Colômbia. As operações internacionais são responsáveis por 7% da
receita da empresa.
Carlucci fez esses comentários no mesmo dia em que o
presidente venezuelano, Hugo
Chávez, propôs a criação de um
fundo com o Brasil para financiar projetos de desenvolvimento em ambos os países e
fortalecer os laços entre eles.
O controle do governo sobre
as divisas (as empresas têm que
pedir aprovação estatal para
adquirir dólares pelo câmbio
oficial) fez com que empresas
como a GM anunciassem nos
últimos meses paralisação na
produção, por não conseguirem importar matérias-primas.
A "menor disponibilidade de
insumos de origem importada"
foi um dos motivos apontados
pelo BC venezuelano para a
queda de 2,4% do PIB de abril a
junho, após 22 trimestres seguidos de crescimento.
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