São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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Escrevente espera instalação de telefone há 4 anos

DA SUCURSAL DO RIO

Rosane Liberato Barbosa, 31, funcionária do Fórum de Nilópolis, espera há quatro anos a instalação do telefone em sua casa, na Baixada Fluminense.
Ela relatou à Folha sua peregrinação, até agora infrutífera, para conseguir uma linha desde que se inscreveu no plano de expansão da antiga estatal Telerj, em 1998.
Em meados de 1999, a empresa, já privatizada, mandou-lhe uma carta. Começava assim: "Cara Rosane, a Telemar está trabalhando muito, 24 horas por dia, para levar até você tudo que existe de mais moderno em telecomunicações. A maior prova disso é que, em 18 meses, mais de 1 milhão de novas linhas foram instaladas. Mais do que nos últimos 18 anos antes da privatização".
A carta pedia que ela confirmasse a inscrição do ano anterior, o que ela fez, via correio. Por telefone, a companhia prometeu entregar a linha até o final de 2000.
O ano passou sem novidades da parte da Telemar. Em 2001, ela registrou a demora do atendimento à Anatel, que repassou a reclamação à empresa. Em resposta, a gerência de contas da companhia lhe mandou nova carta dizendo que a instalação seria feita assim que houvesse condições técnicas.
Em dezembro, Rosane recebeu um boleto da Telemar para pagar a taxa de habilitação de R$ 70,07, até o dia 21 daquele mês, com a promessa de que a instalação seria feita até o dia 14 de janeiro deste ano. "O não-pagamento da tarifa até a data de vencimento indica a sua desistência na aquisição da linha telefônica e estaremos, automaticamente, cancelando sua solicitação", dizia a carta.
O dia 14 passou em branco. Duas semanas depois, um técnico da Telemar foi à casa dela e fez a "pré-instalação" do telefone. Ligou o aparelho a um fio mudo e pediu que ela ligasse para a empresa para desbloquear a linha. O telefone continuou sem vida, mas em março chegou a primeira conta, com o valor da assinatura, de R$ 17,10. A empresa disse que só examinaria a reclamação após o pagamento da conta.
Nesse momento, a paciência de Rosane esgotou-se e ela entrou com ação na 2ª Vara Cível de Nilópolis. No dia 10 de abril, a juíza Adriana Monteiro determinou que a empresa instalasse a linha em 72 horas, sob pena de multa diária de R$ 180,00. Até hoje, a ordem não foi cumprida.


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